Por Abdon Marinho
Grande parte dos municípios brasileiros, além de penarem sob o jugo de administrações desastrosas, incompetentes e corruptas sofrem também com uma nova praga, que na maioria das vezes é um subproduto destas já referidas, trata-se do que chamaremos nestes texto de prefeitos “bonzinhos”. Um grupo de autoridades que investidas no cargo de prefeito não sabem para que serve o mandato, não procuram gerir os seus municípios pautado no bem comum, pelo contrário, para não contrariar esse ou aquele interesse, para não perder um voto aqui outro ali – já começam os mandatos pensando numa reeleição –, deixam as administrações ao leu, permitindo que qualquer um faça o que quiser.
No Brasil inteiro é assim. Ninguém respeita nada. As pessoas de bem, que sustentam a nação, têm que se adaptarem ao ambiente de balbúrdia que toma conta das cidades. Tudo em razão das autoridades não conseguirem disciplinar coisa alguma. Logradouros públicos, que deveriam ser de todos, se tornam espaços privados. Os mais espertos, amigos do poder ou aliados deste ou daquele político, chegam e tomam de conta, torna-se dono.
Quantos canteiros, locais de praças não já foram privatizados em São Luís nos últimos anos? Dezenas. o esperto chega colocar uma banca, um trailer e vai ficando. Depois chega outro, mais um e ficam anos sem fim. Aquele patrimônio incorporado – as pessoas esquecem –, é público, é de todos. Nem a área de mangue ou o mar escapa da apropriação indevida. As praças públicas, os passeios da cidade são ocupados sem qualquer constrangimento por qualquer um.
Lembro que ainda em 2012 a Justiça Federal atendendo solicitação do Ministério Público determinou a retirada dos ocupantes do mangue ao longo da Avenida Ferreira Gullar, não deram bola, não só não sou ninguém como estão transformando as palafitas em prédios com mais de um pavimento. Algo semelhante também acontece com a ocupação das dunas.
Além destes e de outros exemplos que deixamos de citar um dos exemplos mais gritantes da desordem urbana, da falta de autoridade do poder público, vemos na MA 201, na estada de Ribamar, na altura do Maiobão. Á direita, no Município de São José de Ribamar, uma feira que, praticamente, tomou conta da pista de rolamento, com exibição vísceras de animais, carnes, frutas, peixes, esgoto a céu aberto e sujeira, muita sujeira. À esquerda, no Município de Paço do Lumiar, mais uma feira tomando de conta do canteiro central e do acesso as avenidas, não há espaço para o pedestre dar um passo. tomaram de conta de tudo, são bares, venda de comida, todo tipo de barraca, quem está de um lado da pista não consegue ver quem vem na pista oposta, tal o nível de ocupação. Se examinarmos com calma é capaz de até ‘puteiro” encontrarmos em pleno canteiro. Além de tudo que não presta. Passando outro dia pelo local, fiquei desolado com o tamanho do furdunço.
As administrações dos dois municípios foram deixando que os proprietários de boxes e outros fossem trazendo suas mercadorias para o meio da rua ou construindo anexos na beira da pista. Como resultado temos um tumulto tão grande que em horários de pico quase ninguém consegue passar. Já virou um ponto de congestionamento da nossa rotina diária.
A situação vai se consolidando de tal maneira que chegará o dia em que não conseguirão resolver mais a situação e caos que foi criada.
Essa praga dos prefeitos “bonzinhos” fazem como vítimas principais as cidades que vão se descaracterizando, se tornando uma imensa feira-livre, uma terra de ninguém.
Abdon Marinho é advogado eleitoral.