O grave acidente ocorrido na noite da última sexta-feira (2), no supermercado Mix Mateus Atacarejo, localizado em São Luís, que deixou uma pessoa morte e 8 feridas após 4 prateleiras desabarem atingiu diretamente a entrada do Grupo Mateus na Bolsa de Valores.
O empresário e dono da rede que leva seu nome, Ilson Mateusm, irá realizar IPO (Oferta Pública Inicial de Ações) no dia 13 de outubro. A oferta, que poderia chegar aos R$ 6,2 bilhões, prometia ser a maior do ano e vinha chamando a atenção do mercado.
Contudo, o acidente ocorrido pouco mais de uma semana antes da abertura de capital deve enfraquecer o IPO e, por consequência, afastar o investidor especulador. “Vai arrefecer um pouco o ânimo e provavelmente o valor de lançamento. Aquele perfil de investidor que queria ganhar no curto prazo pode querer ficar de fora”, explica Luiz Claudio Dias Melo, sócio-diretor de divisão de varejo da consultoria 360 Varejo.
O próprio Grupo Mateus reapresentou o prospecto preliminar da empresa, incluindo dessa vez a queda das gôndolas como fator de risco relacionado ao negócio e que ocasionou “efeito adverso sobre nossos negócios e imagem, podendo ainda ocasionar futuramente efeito adverso relevante adicional”.
Além disso, a companhia abriu prazo de desistência até 9 de outubro para investidores não institucionais que já apresentaram o pedido de reserva.
Na visão de Melo, o episódio realmente afeta a imagem do grupo, além de deixar o consumidor inseguro no primeiro momento, mas não deve impactar a empresa no longo prazo. “Se a gente olhar para as curvas de crescimento e os fundamentos da companhia, isso não mudou em nada”, afirma. “Tudo leva a crer que houve uma falha pontual, humana. Mas claro que questões de compliance e segurança deverão ser pauta da companhia, irão precisar passar por um processo completo de revisão.”
Portanto, para o investidor que pensa em ganhos em um período mais longo, a desistência da oferta não seria recomendada.