Percentual de coliformes totais encontrados na amostra da água mineral Floratta é quatro vezes maior que o tolerável pelos parâmetros da Anvisa
Um estudo encomendado pela organização H2Ong ao Laboratório de Química da Universidade Federal do Maranhão avaliou a qualidade da água mineral comercializada em São Luís.
Das cinco marcas analisadas – Floratta, Indaiá, Lençóis Maranhenses, Mar Doce e Psiu – uma apresentou desconformidade nos parâmetros de qualidade. Na amostra da água mineral Floratta foi encontrada quantidade de coliformes totais quatro vezes acima do limite permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No item que avalia a quantidade de coliformes totais, o tolerável seriam 2,2 NMP (sigla que significa Número Total Permitido) para cada 100mL, mas o laudo da análise aponta 9,1 NMP/100 mL, o que sugere falha na higiene durante o processo de manipulação do produto. O laboratório realizou contraprovas em todas as amostras.
“A água mineral tem que estar isenta de qualquer substância que não sejam sais minerais e garantir ausência de risco à saúde da população.”, avalia Milton Dias, ambientalista e presidente da H2Ong.
Dias explicou ainda que as marcas de água mineral analisadas são as que detêm maior presença no mercado e que o estudo foi encomendado por conta do aumento significativo da demanda pelo produto em São Luís. “Água é questão de saúde. Buscamos um laboratório idôneo para fazer os testes e, para nossa infelicidade, encontramos este resultado”, completa.
Diante do resultado, a organização vai encaminhar os laudos para a Vigilância Sanitária do Estado e Município, Secretarias de Saúde municipal e estadual, além do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Não existem dados oficiais sobre o aumento do comércio de água mineral na capital maranhense, mas o grande número de pontos de venda e os dados da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam) sugerem aumento expressivo da demanda pelo produto.
De acordo a Abinam, o consumo de água mineral na região Nordeste foi o que mais cresceu no Brasil no período de 10 anos, passando de 4,7 bilhões de litros em 2002 para mais de 10 bilhões de litros no ano passado.
Esse crescimento pode estar relacionado à falta de acesso à água potável ou mesmo à desconfiança da população em relação ao produto que chega às torneiras. Além disso, o racionamento e o aumento do poder aquisitivo das classes C e D ajudam a explicar o fenômeno.
A organização H2Ong, que atua com foco na preservação dos recursos hídricos, estudos e monitoramento da qualidade da água, também encomendou ao Laboratório de Química da UFMA a análise da água encanada que chega às casas dos moradores. Foram coletadas três amostras no mês de março em três diferentes bairros de São Luís: Coroado, Estrada da Maioba e São Francisco.
O resultado apontou ausência de coliformes fecais na água que chega às torneiras das casas onde foram feitas as coletas, o que torna a água própria para consumo. “Esse é apenas o início de um trabalho que estamos fazendo”, anuncia o presidente da H2Ong. A organização deve encomendar novas análises, desta vez para avaliar os níveis de cloro, concentração de metais e a composição da água dos poços, uma vez que esses fatores são de fundamental importância para estabelecer se o líquido consumido pela população atende aos parâmetros adequados para uso.
Boa iniciativa da H2Ong, mas gostaria de fazer uma correção, q a Psiu não é Agua Mineral Natural e sim AGUA NATURAL ou em outra palavras AGUA POTÁVEL DE MESA.
Concordo com a Daniele, essa falsa classificação leva o consumidor a cometer um serio erro, ao comprar agua comum potável, pensando que e mineral.