O estudante Carlos Vinícius Souza Ribeiro, de 17 anos, viajou de São Luís (MA), onde mora, para São Paulo para fazer as provas finais do vestibular da Fuvest em busca de uma vaga em engenharia na Escola Politécnica. Ele fez pela primeira vez o processo seletivo para vagas na Universidade de São Paulo, já que vive longe demais para prestar como treineiro. Após entregar a terceira e última prova da segunda fase, o estudante, confiante em seu desempenho, foi encontrar o pai em um dos locais mais frequentados na breve visita da dupla à capital paulista: a Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
Ao contrário da maioria dos estudantes, Carlos decidiu não fazer cursinho e passou o ano de 2011 estudando sozinho em casa. Seu método foi dedicar um canto do quarto aos estudos, para realizar provas e exercícios retirados da internet. “Fiz as provas da Fuvest de 2008 até 2011”, afirmou o vestibulando. Ocasionalmente, ele usava também a biblioteca comum da família, que conta com quase 2.500 livros e vai ganhar novos exemplares adquiridos em São Paulo.
O jovem cortou festas, academia e paqueras e passou quase o ano todo dormindo menos de sete horas por noite. Ele estudava por conta própria das 9h30 até a hora do almoço, ia ao colégio no período da tarde e retomava os estudos entre 22h e 2h. Apenas para treinar a redação Carlos contou com uma professora particular durante o ano. Seu truque para não se estressar com tanto esforço era o treino de basquete, duas vezes por semana. Viagens só de trabalho: ele foi duas vezes ao Distrito Federal para o vestibular da Universidade de Brasília (UnB) e duas para São Paulo, apenas para a Fuvest.
“Valeu a pena esse ano esforço. Você tem que se dedicar para conseguir seu objetivo. Namoro só é bom quando adiciona, quando um entende o outro. Eu por enquanto tenho outra responsabilidade”, explicou o estudante.
Esforço recompensado
O desempenho de Carlos na primeira fase indicou que a estratégia do maranhense funcionou. O vestibulando somou 72 pontos na prova com 90 questões de múltipla escolha, com 80% de acerto na primeira fase (a Fuvest anulou uma questão, considerando 89 no total). A nota de corte para seu curso foi de 63 pontos.
Na segunda fase, ele afirmou que considerou as provas tranquilas. “A última estava mais difícil que as outras, acabei deixando uma de matemática em branco porque não deu tempo”, afirmou. Mesmo assim, ele espera conseguir uma boa pontuação por causa da nota alta na primeira fase.
Além disso, Carlos passou na UnB no vestibular do meio do ano, mas não conseguiu se matricular porque ainda não havia terminado o ensino médio, e tirou a segunda melhor nota na primeira fase da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Ele ainda vai usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para tentar uma vaga na Universidade Federal do Ceará.
Do G1