Após repercutir negativamente na imprensa nacional, a deputada estadual pelo PSD, Mical Damasceno, voltou a dizer que a mulher tem que ser submissa ao marido, pois este é o cabeça da família.
Na sessão da última quinta-feira (9), a parlamentar subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para falar sobre a homenagem em alusão ao Dia da Família, que ocorrerá nesta quarta-feira (15) no plenário da Casa a pedido dela.
Em seu discurso, Mical citou passagens bíblicas para defender que o homem é o líder, o cabeça da família e por isso será o único homenageado no evento, ignorando o atual cenário social e econômico brasileiro, onde a maioria das famílias são chefiada por mulheres.
“E aqui, meus irmãos, meus amigos, povo cristão que estão nos assistindo, eu quero aqui dizer a vocês que quarta-feira, dia 15 de maio, às 15h, aqui neste Plenário, vai acontecer essa Sessão Solene. E vai estar lotada aqui de fundamentalistas. Fundamentalista, ah, nós somos taxados de fundamentalistas. Mas por quê? Estou falando aqui à luz das Escrituras Sagradas, porque o nosso fundamento é Cristo Jesus. E como nós entendemos o modelo de família, que é de homem e de mulher, e que o homem, vou repetir, novamente, que o homem é o líder, é o cabeça da família. Por isso, nós vamos homenagear os homens, aqui neste Plenário, como provedor, como homem que cuida da sua esposa, porque tem um versículo que diz que: vós, maridos, amai-vos as vossas esposas, assim como Cristo ama a sua Igreja”, diz trecho do discurso.
Assista:
Em abril, a deputada protagonizou cenas lamentáveis ao afirmar que “a mulher deve submissão ao marido” e que “o homem é o cabeça da família” enquanto defendia o requerimento de sua autoria para a realização de uma sessão solene em 15 de maio em alusão ao Dia da Família.
A fala ganhou repercussão nacional e a Assembleia Legislativa e a Procuradoria da Mulher da Casa também se pronunciaram e fizeram duras críticas à deputada (reveja aqui ).
Em entrevista a um programa de podcast local, Damasceno voltou a falar sobre o assunto (veja)
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, condenou a fala da deputada estadual e disse que “traz uma visão retrógrada e superada, falsamente escorada na religiosidade cristã” (relembre).
Nas redes sociais, as críticas foram bem duras, que evoluíram então para uma série de ataques na internet que vão desde intimidações juramento de morte e espancamentos, até ameaça de cometimento de violência sexual (reveja).