O ex-secretário de Saúde do governo Roseana Sarney, Ricardo Jorge Murad, foi delatado à Superintendência da Polícia Federal do Maranhão como o responsável direto pela escolha das empresas que seriam contratadas, sem licitação, para prestaram serviços ao Estado no período em que ele comandava a pasta.
Em depoimento obtido com exclusividade pelo Blog do Neto Ferreira, o empresário Emílio Borges Resende delata Murad para o delegado responsável pelas investigações, Wedson Caje Lopes.
O empresário afirma em seu depoimento concedida à Polícia Federal no dia 9 de outubro – durante segunda fase da Operação Sermão aos Peixes (denominada de Operação Abscôndito e Voadores) -, que “em alguns casos, a mando de Ricardo Murad, um subalterno dele simplesmente ligava para a unidade hospitalar e ao instituto responsável informando qual empresa iria prestar o serviço e determinava a contratação”.
“O acerto sobre qual empresa iria prestar serviço em determinado hospital era decidido diretamente por Ricardo Murad“, diz um trecho do depoimento bombástico, que levou os investigadores a intensificar as apurações sobre Murad.
O dono do instituto especificou que o ex-secretário de Saúde era a pessoa que dava a “palavra final” em todos os assuntos mais relevantes, não apenas na empresa COBRA, como em todas as empresas que prestavam serviços à Bem Viver.
Emílio é um dos diretores da Associação Bem Viver e dono do Centro de Oncologia Brasileiro (COBRA). Ele já foi preso duas vezes por integrar o esquema criminoso que desviou milhões dos cofres públicos da saúde do Maranhão.
Em contato com a reportagem, a assessoria de Ricardo Murad disse que ele não se manifestaria.
Veja nas imagens abaixo o depoimento:
Entenda o caso.
Na época da gestão de Ricardo Murad, a saúde pública estadual era terceirizada. Ao passar a atividade para entes privados, o gestor teria fugido dos controles da “Lei de Licitação”, empregando profissionais sem concurso público e contratando empresas sem licitação.
No período de investigação, os recursos destinados pela União ao Fundo Estadual de Saúde do Maranhão por meio do Ministério da Saúde foram de R$ 2 bilhões.
O nome da operação é alusivo ao sermão do Padre Antônio Vieira que, em 1654, falou sobre como a terra estava corrupta, censurando seus colonos com severidade. Foi realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF).
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