A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) reiniciou, este mês, as obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário de São Luís que foram paralisadas no final de 2010, por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), em razão da defasagem do projeto executivo elaborado em 2008.
Inicialmente as obras contemplam o Sistema São Francisco. A primeira etapa, já iniciada, compreende a implantação de 3.049 metros de rede coletora e interceptores, que passarão pelos Bairros da Ilhinha, Renascença e área da Península da Ponta d’Areia. Os interceptores recolherão os dejetos onde serão conduzidos por gravidade para as quatro estações elevatórias, de onde serão bombeados até a Estação de Tratamento de Esgotos do Jaracaty.
Cerca de 40 mil habitantes da capital serão beneficiados com a ampliação do sistema de esgotamento sanitário, uma vez que com essas medidas será possível garantir melhores condições de saúde para a população, evitando a contaminação e proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a preservação do meio ambiente.
Um dos grandes pontos positivos dessa obra é que, através da implantação de interceptores, a Companhia também contribuirá com o projeto de descontaminação da Lagoa da Jansen desenvolvido pela Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) e outros parceiros.
A próxima fase do macro projeto será a execução das obras sanitárias nas bacias Anil e Vinhais. Em fevereiro, serão iniciadas as obras para implantação de esgotamento sanitário no Sistema Anil, que compreendem a implantação de quatro estações elevatórias de esgotos; construção de 4.335 metros de rede coletora e interceptores, beneficiando mais de 50 mil moradores da região.
As obras no Sistema Vinhais irão melhorar a qualidade de vida de mais de 246 mil moradores. A previsão é que sejam executadas a partir de março deste ano. Esse Sistema será o mais complexo, pois contemplará a construção de uma estação de tratamento de esgotos, quatro estações elevatórias de esgotos e 178.721 metros de rede coletora e interceptores.
Para o técnico da Unidade Gestora de Projetos Especiais da Caema, engenheiro Pedro Afonso Costa Lima, a ampliação do sistema sanitário de São Luís melhorará substancialmente a balneabilidade das praias da capital, na medida em que diminuirá o lançamento de efluentes nos seus rios. “Com a ampliação do sistema de esgotamento sanitário da capital, espera-se conseguir tratar cerca de 60% dos esgotos gerados, ou seja, quase cinco vezes mais do que o quantitativo de tratamento realizado atualmente pela Companhia”.
As ampliações e melhorias no sistema de esgotamento sanitário de São Luís estão sendo realizadas em parceria com a Prefeitura Municipal devido a necessidade de escavar vias públicas. São investimentos da ordem de 106,8 milhões de reais, oriundos do Governo Federal, por meio do PAC I e da contrapartida de 20%, por parte do Governo do Estado do Maranhão. As obras terão a duração aproximada de 18 meses.
Outro fator importante na ampliação do sistema de esgotamento sanitário de São Luís é a área social. Paralelamente à realização das obras, é executado o Projeto Técnico Social através do trabalho desenvolvido pelas assistentes sociais da Companhia. Esse trabalho consiste na conscientização da comunidade do entorno sobre as questões sócio-ambientais, especialmente as que envolvem o uso da água, da rede coletora de esgotos e da coleta seletiva do lixo.
As ações são realizadas em forma de palestras, oficinas e cursos, em parceria com a Caixa Econômica Federal e Fundação Sousândrade. Melhoria da Qualidade de Vida; Coleta Seletiva e Reaproveitamento do Lixo; Educação Sanitária e Doenças de Veiculação Hídrica; Uso Racional das Águas e Preservação Ambiental são alguns dos temas abordados nas oficinas.
As palestras e cursos de capacitação abordam assuntos relacionados a Saneamento Básico, Educação Ambiental; Bombeiro Hidráulico, dentre outros. “Apresentaremos oficinas, minicursos e palestras, com o objetivo principal de educar as comunidades beneficiadas para correta utilização da rede coletora de esgotos”, afirmou a assistente social Jacira Santos, chefe do Serviço Social UGP.