A Polícia Militar desocupou a escola estadual Centro Integrado do Rio Anil (Cintra), no bairro do Anil, em São Luís, na noite dessa terça-feira (22). O resultado da ação foi à condução de 16 pessoas para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), sendo que sete são maiores de idade. Estes foram autuados em flagrante por dano ao patrimônio público, corrupção de menores e uso de entorpecentes. Os menores foram liberados com a chegada dos responsáveis.
O superintendente da Seic, delegado Tiago Bardal, disse que a polícia constatou que o prédio da escola ficou destruído após os 42 dias de ocupação.
“Destruíram totalmente a escola. Quebraram televisores, computadores, armários, a merenda escolar também. Picharam a escola com a sigla de uma facção criminosa. Crimes previstos no Código Penal, por isso, os maiores foram autuados em flagrante”, disse o superintendente.
Com relação aos menores de idade, foi feito um boletim de ocorrência e agora eles vão aguardar uma audiência para que o promotor diga quais as medidas serão tomadas. Os adolescentes foram liberados com a presença dos responsáveis.
Questionado se o Complexo Penitenciário de Pedrinhas seria o local para onde os maiores de idade vão ser encaminhados, Tiago Bardal disse que espera uma comunicação da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
“Estamos aguardando uma decisão da Seap para saber qual local eles vão ser encaminhados. Em sua defesa, não disseram nada e alguns não quiseram nem informar os nomes de parentes para que a prisão deles fosse comunicada à família”, explicou.
A escola ficou ocupada pelos manifestantes por quase mais de mês. No dia 17 de novembro, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou, por meio de nota, tinha tido um acordo e a escola voltaria à rotina normal a partir dessa terça-feira, mas os pais e alunos foram surpreendidos com as portas fechadas. Na noite do mesmo dia, a polícia foi acionada.
“Dezenas de manifestantes saíram da escola após o acordo. Só não saíram esses 16, que fizeram tudo isso. Alguns deles são alunos do Cintra, mas outros não. O certo é que eles causaram um prejuízo para os alunos que estão 42 dias sem aula e por conta disso tudo vão ficar alguns dias mais”, completou o delegado.
A Secretaria de Educação se pronunciou por meio de nota sobre a desocupação. Veja abaixo:
Sobre a ocupação do Centro Integrado Rio Anil (Cintra), a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) esclarece que:
Na noite desta terça-feira (22) foi efetuada a desocupação do Cintra, em cujas dependências se manifestava um pequeno grupo de 16 pessoas, que não contam com apoio das organizações estudantis e comunidade escolar. Os demais que ocuparam a unidade no dia 14 de outubro decidiram pela desocupação e se retiraram após atendimento de reivindicações apresentadas;
A retirada dos ocupantes ocorreu após a constatação de depredação do prédio da escola, de ameaças e de denúncias de que os manifestantes portavam armas, com risco iminente de graves ocorrências. Na noite desta terça-feira a polícia confirmou a existência de armas com o pequeno grupo;
Todas as reivindicações específicas dos manifestantes foram atendidas. Também todas as mediações possíveis foram realizadas pela Seduc, inclusive com participação de instituições públicas independentes e externas, que deixaram as negociações após descumprimento de acordo feito pelos estudantes que previa a desocupação nesta terça;
Reconhecemos e respeitamos o legítimo direito às manifestações pacíficas e continuamos à disposição para o diálogo, mas ressaltamos que é necessário resguardar o direito de todos, bem como assegurar que não haja violência de nenhum tipo.
São Luís, 23 de novembro de 2016.