Denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em um dos processos da Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello (PTB), fez graves acusações contra o chefe do Ministério Público na tarde desta quarta-feira (26).
Entre os questionamentos levantados por Collor foi levantada a questão sobre o fato da instituição ter alugado, durante a administração de Janot, um imóvel, em Brasília, por R$ 67 mil mensais que não tinha o devido alvará e ter contratado sem licitação uma empresa de comunicação.
Collor afirmou ainda que o procurador-geral tinha um “parente contraventor” procurado pela Interpol. O parlamentar chegou a pedir a Janot que ele informasse à comissão quem era esse familiar que, segundo ele, atuava junto a outro contraventor.
O senador do PTB também acusou Rodrigo Janot de ser “um catedrático” na prática de vazar informações. “Violar segredo de Justiça é crime previsto no código penal”, destacou.
Janot rebateu a série de acusações feitas contra ele , referindo-se ao episódio do aluguel do imóvel no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, ele argumentou que, tão logo as irregularidades na locação da casa foram detectadas, o contrato foi rescindido. O alvará do imóvel só permitia o funcionamento no local de creches ou escolas.
Sobre o irmão, que já faleceu a cinco anos, Janot disse que como integrante do Ministério Público, está impedido de atuar em casos de parentes de até terceiro grau. “Se tivesse tido alguma atuação, o tiraria da difusão vermelha [lista de procurados da Interpol]. Não houve qualquer interferência minha”, reforçou o procurador-geral.
Em relação às acusações de que vazou detalhes das delações premiadas de investigados da Operação Lava Jato, Janot disse que o que realmente ocorreu foi uma “especulação” por parte da imprensa dos políticos que seriam investigados pela Lava Jato.