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Coordenador da Funai mandou atear fogo a galpão dos Awá Guajá, denunciam indígenas

Os índios da etnia Awá Guajá, um dos povos de recente contato, denunciaram que o novo coordenador da Frente Etno Ambiental, Elton Henrique Sá de Magalhães, mandou servidores da Funai destruírem um local onde os indígenas faziam suas reuniões e onde houve o grande encontro da etnia em 2019.

Segundo os Awá, eles teriam invadido a TI, no Maranhão, e colocado fogo em um galpão usado pelos indígenas para reuniões. O ato de violência teria sido uma retaliação por seu nome ter sido reprovado para o cargo pelos próprios indígenas, que queriam a permanência da antiga coordenadora do órgão Daianne Veras Pereira.

O galpão havia sido construído no local pelos indígenas para reuniões de todas as aldeias, e teve inclusive a ajuda de dois servidores da Funai. Agora o local está completamente destruído.

Segundo os indígenas, no dia 28, ele teria entrado na Terra Indígena Awá sem autorização dos indígenas, e teria mandado servidores que trabalham na Base de Proteção Sul derrubarem e atearem fogo no local de reunião.

Em carta à Funai, recentemente os Awá reiteram que não o aceitam como coordenador da Frente Etno Ambiental.

Em nota, a Funai alega que não mandou atear fogo na estrutura, apenas ordenou a remoção de palhas, mas não explica por que adotou a medida sem o consentimento dos indígenas.

“A Fundação Nacional do Índio (Funai) esclarece que o coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Awa foi nomeado para o cargo seguindo as diretrizes de nomeação instituídas pela Casa Civil do Governo Federal, conforme Decreto n.º 9.727 de 15 de março de 2019.

“A Funai esclarece ainda que em nenhum momento houve orientação por parte da unidade descentralizada do órgão para atear fogo em qualquer estrutura presente na área indígena.

“A unidade realizou a remoção das palhas da cobertura e peças de madeira que se encontravam já comprometidas em decorrência de ação de cupins e desgaste natural, bem como da instalação elétrica presente, a fim de prevenir o surgimento de incêndios e garantir a segurança dos indígenas, servidores, colaboradores e do patrimônio público.”

Do jornal O Globo

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