O corregedor-geral de Justiça, desembargador Marcelo Carvalho, abriu Portaria para convocar o secretário de Segurança Pública, delegado Jefferson Portela, para prestar esclarecimentos sobre a acusação feita pelo delegado Ney Anderson Gaspar de que o chefe da SSP chamou juízes da primeira instância de bandidos.
De acordo com o autor da denúncia, receberam a alcunha de criminosos os magistrados Clésio Coelho Cunha, Marco Aurélio e Osmar Gomes. Este último é pai do presidente da Câmara de São Luís, Osmar Filho.
Carvalho também chamou Gaspar e o ex-delegado Tiago Bardal para dar detalhes sobre o caso.
Segundo Portaria publicada, foi instaurada uma sindicância para apurar se houve conduta irregular dos togados.
As oitivas acontecerão na sala da Corregedoria-Geral da Justiça no Fórum Desembargador Sarney Costa e irão transcorrer sob sigilo. Após a conclusão dos trabalhos, o desembargador emitirá um relatório para encaminhar ao plenário do Tribunal de Justiça para deliberação.
O caso será apurado depois que o escândalo de espionagem contra desembargadores, assessores e filhos de magistrados e ataques a juízes veio à tona por meio de cartas escritas por Ney Anderson e relatos feitos à 2ª Vara Criminal por Bardal.(veja aqui).
O teor das denúncias abriu uma crise institucional entre o Judiciário e o Executivo, causando uma reação rápida do presidente do TJMA, José Joaquim Figueiredo, que pediu uma investigação rigorosa sobre as ordens de Portela contra os membros da Corte ao procurador Geral de Justiça, Luiz Gonzaga, que já instaurou um procedimento para investigar as acusações.
A repercussão dos fatos causou uma grande manifestação da classe política, que já pediu o afastamento do secretário do cargo e uma auditoria do sistema guardião. Além disso, denunciou o caso à Procuradoria-Geral da República e cogita solicitar a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa do Maranhão.