Parlamentares do PDT vão fazer um novo apelo esta semana para que o ministro Carlos Lupi (Trabalho) peça demissão do cargo antes que seja forçado a sair pela presidente Dilma Rousseff.
A situação do ministro se agravou neste final de semana após a denúncia que ele foi funcionário-fantasma por cerca de seis anos na Câmara dos Deputados.
Lupi recebeu entre 2000 e 2006 o maior salário pago a um assessor técnico na liderança do PDT na Câmara enquanto cumpria apenas atividades partidárias e morava no Rio de Janeiro. Isso contraria as normas da Casa.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que Lupi precisa tomar a iniciativa de se afastar do governo. “Antes que ele seja demitido, é melhor que peça para sair.”
O deputado Reguffe (DF) criticou o apego do ministro ao posto. “A política está muito calcada em cargos no governo. O PDT deveria adotar uma postura de independência, sem cargos”, disse.
O senador Pedro Taques (MT) afirmou que Lupi deve satisfações sobre sua passagem pela Câmara. “Acho que ele tem que dar esclarecimentos ainda hoje. Estou aguardando. Quero ouvi-lo.”
O ministro não deu declarações no fim de semana. Procurados pela Folha, nem ele nem o PDT ligaram de volta.
Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), Lupi é vítima de campanha. “A situação dele não piora nem melhora.”
A oposição também cobrou a saída do ministro.
Nesta semana, vai tentar ouvir Ezequiel Nascimento, ex-secretário do Ministério do Trabalho, sobre a viagem que o ministro fez ao Maranhão no ano passado em um avião disponibilizado por um empresário que tem contratos com a pasta.
Ezequiel disse à reportagem que hoje irá conversar com advogados para decidir se aceita ou não o convite para comentar o caso.
Da Folha