A cúpula do partido do PMDB foi pega, na manhã desta terça-feira (15), de surpresa por agentes da Polícia Federal, em suas residências. A ação faz parte de mais uma fase, batizada de Catilinárias, da operação Lava Jato, que cumpriu cerca de 53 mandados judiciais de busca e apreensão.
Essa etapa foi denominada de Catilinárias, pois evoca uma série de discursos do cônsul Marco Túlio Cícero contra o nobre conspirador Lúcio Sérgio Catilina, que planejava derrubar o governo romano no ano 63 antes de Cristo.
A operação teve vários alvos, entre eles o senador maranhense e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA) e presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A busca na residência de Cunha foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Durante a execução da Catilinária foram cumpridos no Distrito Federal 09 ordens judiciais; em São Paulo, 15; no Rio de Janeiro, 14 mandados de buscas e apreensão; no Pará, 06; em Pernambuco 04 ordens judiciais; em Alagoas, 02; no Ceará, também 02 e no Rio Grande do Norte, 01 mandado de busca e apreensão.
A ação federal deixou os bastidores de Brasília em polvorosa, pois os alvos da operação são parlamentares e aliados políticos do PMDB, a maior legenda partidária do Brasil.
Confira abaixo o nome de quem foi alvo da operação desta terça:
Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA); Áureo Lídio (SD-RJ); ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ); deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE); ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); deputado federal, Áureo Lídio (SD-RJ).
Chefe de gabinete do presidente da Câmara, Denise Santos; ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, indicado por Eduardo Cunha para o cargo, Fábio Ferreira Cleto; senador, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE); prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado, Nelson Bornier (PMDB-RJ); ex-presidente da Transpetro indicado pelo PMDB, Sérgio Machado.
Ex-deputado federal, Alexandre Santos (PMDB-RJ); Aldo Guedes, que, segundo as investigações, seria ligado ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido em 2014; Altair Alves dos Santos, que, segundo o lobista Fernando Baiano, recebeu RS 1,5 milhão para repassar a Cunha; Eduardo da Fonte (PP-PE), deputado federal; ex-gerente executivo de Gás Natural da Petrobras, Djalma Rodrigues de Souza; Lúcio Funaro, doleiro que teria ligações com Eduardo Cunha; José Wanderley Neto (PMDB), ex-vice-governador de AL e 1º tesoureiro do partido no estado.