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De volta ao passado… E ao atraso

Por Abdon Marinho

Advogado Abdon Marinho.
Advogado Abdon Marinho.

Meu sócio, Welger Freire Dos Santos, costuma contar que o primeiro carro que conseguiu chegar ao seu município foi um caminhão. Naquela localidade, a chegada de tal engenho foi o acontecimento do ano, tanto o próprio prefeito foi receber o motorista do caminhão como honras de visitante ilustre. Lá pelas tantas, depois dos rapapés iniciais, virou-se para o motorista, apontou para o caminhão e indagou: “– moço, esse bicho é novo?” O motorista retrucou: “– tem menos de um ano”. O prefeito completou: “– se com menos de um ano o bicho já está deste tamanho, já pensou quando estiver velho?”
Pois é, vendo a procissão de ambulâncias que as autoridades fizeram circular pelo centro da cidade, infernizando o trânsito me lembrei dessa história. Lembrei-me do quanto é grande o nosso atraso: então é motivo para parada o estado adquirir ambulâncias com o nosso dinheiro? Deve ser um feito extraordinário acrescer 50 veículos num estado com mais de 6 milhões de habitantes.
Essa prática, da autoridade sair em carreata mostrando uma ambulância para a patuléia, ainda é muito comum, principalmente nos municípios mais atrasados. Reflete um pouco o nosso velho populismo, o estilo Odorico Paraguaçu de administrar sua Sucupira do Norte.
Não se esperava era que depois de tantos anos, tanta modernidade, ainda tivéssemos que conviver com mais esse tipo de atraso em plena capital do estado.
Podemos dizer que ontem São Luís teve seu dia de Satubinha. Rsrs.

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