O Globo
A decisão do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de fazer delação premiada, divulgada sexta-feira, ocorreu quando a presidente Dilma Rousseff se preparava para um comício eleitoral em Porto Alegre. A 1ª reação de integrantes do governo e da campanha foi de apreensão.
— Vamos ver o que ele vai falar. Ninguém sabe a extensão disso tudo e onde chega — disse um auxiliar que estava com Dilma na capital gaúcha.
Apesar do susto, a ordem no governo é esperar o depoimento de Costa, preso na Operação Lava-Jato, para avaliar os eventuais danos. A avaliação inicial é que a delação de Costa deverá ser voltada ao Congresso. Porém, há a sensação de que o depoimento é imprevisível.
— Ele estava na Petrobras desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Vai trazer à tona coisas daquela época? Muito se fala por aí que ele tinha relações com mais de cem deputados. Temos que esperar para ver para onde ele vai apontar, quem ele vai mirar — disse outro auxiliar.
Delação origina-se de acusar, delatar ou deferir.
Mas no final das contas nada ou pouco será feito!