Em entrevista ao programa Leriado Cast, a deputada estadual Mical Damasceno se defendeu das críticas que vem recebendo acerca da sua declaração na qual diz que mulher tem que ser submissa ao marido e garantiu que o movimento feminista deturpou o contexto da fala.
Segundo a parlamentar, o sentido da palavra submissão na qual se referiu não se trata de subserviência, de obediência.
Ela diz ainda que defende um modelo de família de acordo com os escritos da Bíblia Sagrada, que é composta por homem e mulher.
“Eu defendo um modelo família, o que me trouxe aqui foi uma bandeira que é em defesa da família, de acordo com um modelo cristão, de acordo com está escrito na Bíblia Sagrada. Quando tratei sobre a submissão, o movimento feminista deturpou, levou para outro lado, como se fosse de subserviência, de obediência, não, a forma como a Bíblia fala, a questão de ser submisso, não é ser só submisso à esposa, todo cristão, todos os cristãos, todas as pessoas que já confessaram Jesus como seu salvador, eles são chamados para se submeterem uns aos outros, nós somos mordomos uns dos outros, e aí, essa confusão mal entendida. Em relação a submissão, quando eu me refiro a submissão da mulher ao esposo, ao marido, é a questão de dar assistência, de cuidar dos filhos, de ser uma boa dona de casa, porque hoje a mulher quer tanta da liberdade e na hora não tem compromisso nenhum com os afazeres do lar, não quer fazer um café para o esposo, não quer cuidar do esposo.”
E completou: “Então a gente defende que a mulher tem que amar, tem que cuidar, mas também cabe ao esposo fazer a sua parte, por que ele é provedor do lar. Quando eu falei da questão de trazer só homem para a sessão solene, porque há outros modelos de família, que tem pessoas que defendem, mas no meu modelo o que eu defendo é de acordo com a palavra de Jesus.”
Assista:
Na sessão de ontem (17), Mical afirmou que “a mulher deve submissão ao marido” e que “o homem é o cabeça da família” ao defender o requerimento de sua autoria para a realização de uma sessão solene em 15 de maio em alusão ao Dia da Família (reveja aqui).
Em nota, a Casa Legislativa garantiu que a sessão será aberta à participação de todos e todas.
A ALEMA disse ainda que o pronunciamento da parlamentar é uma opinião pessoal e é contra todas as formas de discriminação.
“A Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) informa que o requerimento 146/2024, aprovado pela Casa e de autoria da deputada estadual Mical Damasceno (PSD), se refere à realização de uma Sessão Solene, que será aberta à participação de todos e todas, alusiva ao Dia da Família, pré-agendada para 15 de maio, no plenário da Casa.
Sobre o pronunciamento da deputada Mical, ocorrido nesta quarta-feira (17), de que o ato tenha apenas a presença de homens, trata-se de uma opinião da parlamentar, respeitada dentro da pluralidade que compõe o Parlamento Estadual, que representa todos os segmentos da sociedade maranhense, em suas diversas forças políticas e linhas ideológicas.
A Assembleia Legislativa do Maranhão manterá sempre a boa convivência política na diferença, conciliando divergências em defesa dos interesses do povo do Maranhão, sendo atualmente presidida, pela primeira vez na história, por uma mulher, e tendo a maior bancada feminina de toda sua longa existência, com uma forte atuação da Casa em defesa das políticas de gênero e contra todas as formas de discriminação.”
A Procuradoria da Mulher da Alema também se manifestou e posicionou totalmente ao contrário do discurso da deputada.
“A Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa vem a público manifestar seu posicionamento contrário ao sentido do pronunciamento da deputada estadual Mical Damasceno (PSD), realizado nesta quarta-feira (17), no Plenário da Casa.
Respeitamos a autonomia e o importante trabalho da deputada Mical Damasceno, mas suas opiniões explanadas no referido pronunciamento divergem totalmente dos princípios desta Procuradoria, que defende a nossa luta incansável pela igualdade de gênero e respeita a todos os laços de afeto, que se colocam como construção familiar.
Lembramos, ainda, que a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão tem avançado no processo de defesa do protagonismo feminino no Maranhão; que, inclusive, pela primeira vez tem uma deputada à frente da Presidência da Casa e que reúne, hoje, sua maior bancada feminina da história do Legislativo Maranhense.”
DEPUTADA DANIELLA