do imparcial
Mais de R$ 9 milhões foi o dinheiro gasto de verba de gabinete com os parlamentares maranhenses durante os últimos 18 meses na Câmara Federal, destes 12 vão tentar a reeleição para deputado federal. Deste montante, não inclui-se alguns que se licenciaram, como é o caso do deputado Pedro Fernandes (PTB) e Gastão Vieira, que passaram grande parte do mandato no cargo de Secretário de Estado da Educação e no Ministério do Turismo.
O total de 18 deputados somaram R$ 9,391,473.86, sendo que dois suplentes, os deputados Costa Ferreira (PSC) e Francisco Escórcio (PMDB), não exercem atualmente mandato, mas entraram na conta por terem tido um gasto expressivo durante o tempo em que estiveram no cargo. Os dois suplentes tiveram gastos de R$405.012,88 e R$ 564.375,27, de janeiro de 2013 a março deste ano.
Outro parlamentar que teve destaque foi o deputado Davi Alves Júnior (PR), que em um único mês, gastou R$ 112.450,28, conforme apresentou prestação de contas do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.
A deputada que apresentou menos gastos durante o período foi a mãe do candidato a governador, Lobão Filho (PMDB), Nice Lobão (PSD), gastou apenas R$ 31.201,28. Vale destacar que a parlamentar vive apresentando sucessivas licenças por motivo de saúde, mas não se ausentou do cargo nos últimos 18 meses.
O parlamentar que teve o maior custo de manutenção do mandato com a Cota para Exercpicio da Atividade Parlamentar foi o deputado Cléber Verde (PRB). Ele apresentou prestação de contas no valor de R$ 637.110,31, referente aos últimos 18 meses.
Justificativa
Verde (PRB-MA) afirmou que seus gastos são legais e indispensáveis para a “consolidação” do trabalho que realiza. Ele disse que a disparidade entre ele e o deputado mais econômico é resultado de uma concepção. Ele disse que cada um “tem uma forma” de trabalhar. O deputado campeão de gastos alegou ter usado a cota para custear atividades em seu Estado e ações em frentes parlamentares.
“Coordeno aqui três frentes importantes: a Frente Parlamentar dos Aposentados, a Frente Parlamentar em Defesa da Pesca e Aquicultura e a Frente Parlamentar em Defesa do Povo Garimpeiro”, disse. As despesas com divulgação, segundo o deputado, são prioritárias porque permitem mostrar ao eleitorado o que está fazendo. Para ele, “não adianta simplesmente fazer o trabalho e o cidadão não conhecer”.
Sem divulgação, o deputado “passa por inoperante, por alguém que não faz o que se propôs a fazer”, afirmou. O deputado exemplificou o uso da verba da Câmara com a divulgação que fez (com outdoors, por exemplo), na legislatura anterior, sobre a aprovação de uma lei de sua autoria, que estabeleceu 30 de novembro como o Dia do Evangélico. Outro uso da verba é a produção de jornal informativo trimestral. “É um material de qualidade que chega às mãos do cidadão do Estado”, disse.
“A Câmara nos permite fazer isso [divulgação] e é bom, porque foi o que me projetou no meu Estado e me fez deixar de ser um dos deputados com menor número de votos para ser o terceiro mais votado no Estado. A população hoje conhece meu trabalho”, afirmou. Para Verde, a disparidade de gastos entre os deputados não deve se manter ao longo do ano, já que alguns colegas ainda não pediram reembolso de todas as despesas
feitas.