O desembargador maranhense do Tribunal Regional da Federal da 1ª Região (TRF-1), Ney Bello, vai disputar novamente uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em 2022, o magistrado chegou a ser cotado para assumir uma cadeira na Corte, mas foi preterido pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro, que decidiu escolher outros nomes apoiados pelo ministro do STF, Kássio Nunes Marques.
Agora, Ney Bello vai novamente concorrer ao cargo de ministro na eleição interna do STJ que está marcada para o dia 15 de outubro. Ele conta com o apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Flávio Dino.
O Tribunal vai fazer uma espécie de “processo seletivo” interno, filtrando os candidatos antes de deixar a escolha nas mãos do presidente da República.
Inicialmente, o STJ havia agendado a votação para 16 de outubro, mas a escolha foi antecipada em um dia para não coincidir com a comemoração judaica de Sucot (Festa dos Tabernáculos).
No momento, há duas vagas em disputa na Corte, com as aposentadorias de Laurita Vaz e Assusete Magalhães. Os 31 ministros em atividade no Tribunal farão uma votação sigilosa, definindo duas listas tríplices que serão encaminhadas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma reservada para a Justiça Federal e outra para o Ministério Público.
A votação das listas foi agendada para depois do primeiro turno das eleições municipais em um esforço do tribunal para evitar a contaminação da disputa interna com o período eleitoral, segundo a equipe da coluna apurou.
Além disso, os ministros avaliam que será mais fácil agendar a sabatina dos indicados por Lula no Senado seguindo esse calendário pós-eleições.
Lula não tem escondido de ninguém a torcida pelo desembargador gaúcho Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na disputa pela vaga reservada à Justiça Federal no STJ. Ao todo, 17 desembargadores disputam as três vagas da lista da Justiça Federal, em uma corrida que tem movimentado padrinhos de todos os lados.
Enquanto os ministros Mendes e Dino querem emplacar o desembargador Ney Bello, o ministro piauiense Kassio Nunes Marques, também do STF, tenta indicar um conterrâneo, o desembargador Carlos Pires Brandão, do TRF-1, que tem despontado como um dos favoritos para figurar na lista.
Favreto, por sua vez, conta com o apoio do PT gaúcho e do ministro do STJ Antonio Carlos Ferreira, uma das principais lideranças do tribunal.