Em uma tentativa de acomodar o PSB e contemplar indicações, o ministro Flávio Dino (PSB) escolheu uma série de políticos não eleitos para ocupar o segundo escalão da pasta da Justiça e Segurança Pública.
Dos sete nomes anunciados para as secretarias da pasta, cinco são políticos que disputaram as eleições em outubro e não tiveram sucesso nas urnas.
São eles os deputados federais Elias Vaz (PSB-GO), Tadeu Alencar (PSB-PE) e Wadih Damous (PT-RJ), além do advogado Augusto de Arruda Botelho (PSB), que disputou uma cadeira na Câmara. Também faz parte da lista Marivaldo Pereira (PSOL), que não se elegeu para deputado distrital.
Segundo parlamentares do PSB as escolhas para o segundo escalão da Justiça têm um caráter político, de não deixar os aliados sem cargos.
Por outro lado, pessoas próximas do ministro dizem que o objetivo dele foi construir uma frente ampla na pasta.
O ministro disse a aliados que a ideia foi compor o ministério politicamente e pensando que o governo Lula precisa fazer a gestão com forças distintas, pensando em quesitos de representatividade.
Escolhido para a Secretaria Nacional do Consumidor, Wadih é mestre em direito constitucional e tem livro escrito com Dino sobre a edição de medidas provisórias no Brasil.
O deputado Elias Vaz será o secretário Nacional de Assuntos Legislativos, responsável pela articulação com o Congresso.
Indicado para a Secretaria Nacional de Segurança Pública, o deputado Tadeu Alencar é procurador da Fazenda Nacional e tem formação em direito pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça, trabalhou nos governos Lula e Dilma na pasta e é um dos entusiastas da criação da secretaria. Sua indicação, porém, é atribuída por aliados mais à proximidade que ele desenvolveu com Dino durante a transição do que a questões políticas.
Marivaldo foi o relator do grupo de trabalho da transição de segurança e Justiça e virou uma espécie de braço direito do atual ministro.
Augusto Botelho é advogado, ficou conhecido pela atuação em defesa da Odebrecht durante a Operação Lava Jato e assumiu como secretário Nacional de Justiça.
As escolhas de Flávio Dino para o segundo escalão do Ministério da Justiça e Segurança Pública foram alvo de críticas e desacertos dentro da equipe de transição. Houve também queixas externas, o que fez com que algumas indicações de Dino acabassem frustradas.
Da Folha de São Paulo
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