A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ex-relatora da CPI dos atos de 8 de janeiro, iniciou uma campanha para ser a próxima presidente do Senado, no lugar de Rodrigo Pacheco. Apesar disso, ela reconhece que o caminho é longo. Ela admite que precisará construir a unidade do partido em torno de uma candidatura própria e que ainda precisa convencer seus colegas de que ela é o nome certo para essa função.
“Tenho disposição [para disputar o cargo], mas sei que os passos precisam ser seguidos. Meu primeiro desafio é conseguir essa unidade partidária e a indicação do meu nome. Uma candidatura, é bom que se diga, não pode ser algo individual”, disse Eliziane Gama a O Antagonista.
Além de tentar essa unidade dentro do PSD, Eliziane também tentará garimpar apoio com o presidente Lula. A parlamentar atuou na campanha petista e foi uma ponte importante com Lula junto ao eleitorado evangélico.
Bancada feminina
Um terceiro trunfo da parlamentar diz respeito à própria participação da mulher no Senado. Ela terá o apoio da bancada feminina do Senado e tentará quebrar um tabu: há 12 anos não há mulheres na Mesa Diretora do Senado.
No Palácio do Planalto, a candidatura de Eliziane Gama é bem-vista porque seria uma forma de arrefecer as críticas de que Lula abandonou as mulheres em postos de comando da Esplanada dos Ministérios.
Mas o trabalho não será fácil. Em 2021, a atual ministra do Planejamento, Simone Tebet, disputou o cargo à revelia do MDB. Mesmo assim, ela obteve 21 votos, mas ela foi derrotada por Rodrigo Pacheco.
Apoio do PT?
Hoje o PSD tem 15 senadores e, com uma candidatura governista, seria possível atrair o PT entre outros partidos aliados como o PSB, por exemplo.
Outro ponto que tem sido aventado nas conversas sobre uma candidatura própria do PSD, inclusive com parlamentares da base governista, é que não seria de bom tom um mesmo partido comandar a Câmara e o Senado. Na Câmara, o líder da sigla, Elmar Nascimento (BA) tem dado passos largos para conseguir apoio da base de Arthur Lira (PP-AL) e, assim, ele seria o favorito na disputa.
No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil) é o nome apoiado por Pacheco e o Centrão.
O MDB também deve ter uma candidatura própria na disputa pela Presidência da Casa. Renan Calheiros é tido como candidato, mas ainda precisa angariar apoio da bancada. Outro possível nome na disputa é do senador Rogério Marinho, líder da oposição. Marinho conta com os votos de parlamentares de PL, PP, Republicanos, entre outras siglas de oposição.
Do Antagonista