Categorias

Em últimas semanas como senador, Dino se sentou na cadeira de Pacheco e foi bajulado

Prestes a tomar posse como ministro do STF, Flávio Dino (PSB) aproveitou as semanas como senador para ter a experiência completa do Parlamento: presidiu uma sessão de plenário, apresentou projetos e discursou diversas vezes.

Dino comandou a sessão no segundo dia de funcionamento do Congresso Nacional, logo após o fim do recesso. O senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator de sua indicação ao Supremo, cedeu o lugar mais alto da tribuna ao conterrâneo.

Um opositor logo de cara. Sob sua presidência, o primeiro senador a falar foi Espiridião Amin (PP-SC), um dos poucos senadores que admitiram o voto contrário a Dino ir para o STF.

Amin criticou a atuação dos ministros do Supremo, após a operação da Polícia Federal que mirou políticos bolsonaristas. Ele cobrou que Dino levasse suas insatisfações para os outros magistrados.

Em resposta, Dino convidou o catarinense a debater o assunto com ele na sessão seguinte. Na quarta-feira (7), ele defendeu a atuação do Supremo e apontou ver com preocupação “falsas soluções”, como o impeachment dos ministros.

Terá prioridade no Senado, logo após a saída de Dino, a discussão do projeto que prevê mandato para os magistrados. A proposta é defendida, principalmente, pelas bancadas do centrão e da oposição.

Mesmo em uma semana esvaziada por causa do Carnaval, Dino marcou presença todos os dias em que houve trabalho no Senado. Ele toma posse no STF já na próxima quinta (22).

Em clima de despedida, foi elogiado pelos senadores e até ouviu uma “prestação de contas” do que foi feito no Ministério da Justiça. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), por exemplo, divulgou os números da pasta no lugar de Dino.

O ex-ministro da Justiça foi bastante bajulado, tanto por senadores como por assessores e visitantes. Ele foi parado nos corredores do Senado para receber elogios.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também deu as boas-vindas públicas ao senador. Pacheco foi um dos principais “cabos eleitorais” da aprovação do nome de Dino ao STF.

Nos corredores e nos gabinetes, o carisma de Dino era sempre lembrado. Mas os senadores de oposição ouvidos pelo UOL relataram a atitude “política” do futuro ministro da Corte, algo que veem com “preocupação”.

A ida de Dino à Suprema Corte ainda é uma “ferida aberta” nos bolsonaristas. O ex-ministro da Justiça foi alvo da oposição durante todo o ano passado, com dezenas de pedidos de convocação, convites e pedidos de explicações.

Dino apresentou ainda três projetos — há a expectativa de que ele apresente outros dois nos dias 20 e 21, portanto antes da posse. O futuro ministro do STF propôs uma premiação a “bons policiais”, a revisão nas regras para justificar prisão preventiva e a proibição de acampamentos em frente a quartéis.

Do UOL

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *