Do G1 MT
Acusado em mais de 100 processos referentes a casos de corrupção, o ex-deputado estadual mato-grossense José Riva depôs à 7ª Vara Criminal de Cuiabá na noite da última sexta-feira (15), uma semana após deixar a prisão, e admitiu participação em um esquema que desviou aproximadamente R$ 9,3 milhões em recursos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) entre os anos de 2012 e 2014. Esta é a primeira vez que o ex-deputado confessa envolvimento em um caso de corrupção e de desvio de dinheiro público no Poder Legislativo estadual, o qual presidiu repetidas vezes.
O esquema em questão tem sido investigado na operação Ventríloquo, a qual provocou a terceira das quatro prisões cautelares já sofridas pelo ex-deputado, em julho de 2015 (ele ficou pouco mais de um dia preso no Centro de Custódia de Cuiabá, após revogação da prisão pelo Supremo Tribunal Federal). Antes, Riva havia sido preso durante a operação Ararath (maio de 2014) e na operação Imperador (em fevereiro de 2015). Depois da prisão por força da operação Ventríloquo, ele ainda passou quase seis meses preso devido à operação Metástase (entre outubro de 2015 e o último dia 8).
Em seu depoimento na noite desta sexta-feira, José Riva não só confessou envolvimento com o esquema criminosa na ALMT como também apontou a participação efetiva de pelo menos outros dois ex-colegas de parlamento, os deputados Romoaldo Júnior (PMDB) e Mauro Savi (PSB).
Riva ainda apontou envolvimento de um assessor – que ele não nomeou – do atual presidente da ALMT, Guilherme Maluf (PSDB), e também citou o nome da ex-deputada e ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) Luciane Bezerra, mas comentou não ter certeza se ela chegou a receber qualquer valor proveniente do esquema.