O deputado Fábio Braga (PTdoB) ocupou a tribuna da Casa na quinta-feira (15), para parabenizar os professores do Maranhão pela passagem do Dia do Professor, e apontar soluções para vencer a grave recessão e a crise financeira, que atingiram milhões de brasileiros durante 2015.
O parlamentar revelou que por conta da crise e de outros problemas advindos dessa situação, cerca de quatro milhões de brasileiros já perderam os empregos, e a expectativa é que esse número aumente até o final do ano. “O desemprego hoje é o maior problema e está atingindo até as prefeituras do Maranhão, que enfrentam problemas para pagar servidores sem dia”, alertou.
Em sua fala, Fábio Braga lamentou não se pode imaginar que um dia essas quatro milhões de pessoas voltem aos seus empregos, em curto espaço de tempo. Segundo ele, os próprios órgãos oficiais do Governo Federal apontam que a recessão pode se estender durante os anos de 2016 e 2017, causando problemas para a geração de novos empregos em todos os setores da economia.
EMPREENDEDORISMO
No pronunciamento, o deputado Fábio Braga disse que uma das opções para vencer a crise financeira é a transformação da mão de obra capacitada de desempregados em milhares de pequenos empreendedores e pequenos produtores. “Essa opção foi e está sendo feita por vários países do mundo, principalmente em época de crise, com muito sucesso e em curto prazo”, afirmou.
Fábio Braga citou a Espanha, que afundou em uma das mais graves crises financeiras dos países europeus de economia sólida e desenvolvida, pós 2008, mas se recuperou do problema com políticas baseadas em programas de forte apoio ao pequeno empreendedorismo e associativismo, pois os pequenos mercados pulverizados e organizados reergueram a economia espanhola.
Para Fábio Braga, o Brasil tem suas dificuldades financeiras batendo na porta e atingindo milhões de brasileiros que perdem seus empregos, mas infelizmente nunca deu muita atenção aos segmentos voltados para o empreendedorismo e ao associativismo, pois está sempre relegado a políticas com pouco financiamento e fadada a muitos erros e desincentivos financeiros.
MICROCRÉDITO
Na avaliação de Fábio Braga, ao contrário do que ocorre em países desenvolvidos, o Brasil não possui políticas definidas que façam as pequenas possam enfrentar as empresas maiores em pé de igualdade. “O que temos são programas como o Simples, que consagra o que se espera da pequena empresa, que ela seja satélite da grande. Mera coadjuvante e não papel principal”, lamenta.
De acordo com Fábio Braga, nos países europeus as pequenas empresas são responsáveis por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB), ultrapassando a casa dos 60 % na Alemanha e na Itália. “No Brasil, as pequenas empresas ainda não respondem nem por 28% do PIB, apesar de, em número, representarem 99% do total de empresas existentes em todo o país”, revela.
Ao analisar nosso sistema financeiro, Fábio Braga descobriu que o Brasil ainda não oferece microcrédito para quem se candidata a ser empreendedor.
Segundo ele, o microcrédito no Brasil continua sendo um produto no qual o setor financeiro busca ter um grande retorno, voltado para a política de ganhos e mais ganhos, mas não é assim nem em outros países latino-americanos.
AÇÕES DO SEBRAE
Conforme Fábio Braga, na Colômbia e na Bolívia o microcrédito é visto com um meio que permite ao desempregado fazer um investimento, que pode ser pago em mais de oito e dez anos e até sem juros.
Finalizando, o deputado elogiou uma boa iniciativa do Sebrae: O Movimento Compre do Pequeno Negócio, uma experiência inédita lançado em todo o Brasil, para estimular a sociedade a consumir produtos e serviços fornecidos por micro e pequenas empresas.