O juiz barra-cordense Sebastião Bonfim escreve artigo em que diz que viu “pouca qualidade técnica/administrativa ou condições de vitória” pela metade dos sete pré-candidatos anunciados na reunião realizada na casa do senhor Leocádio Cunha.” Leia abaixo o artigo do juiz:
“Numa reunião que durou mais de 5h, a oposição se reuniu na noite de sexta 24 na casa do presidente do PC do B, Leocádio Cunha, na Altamira. Foi uma reunião que teve momentos tensos, mas que ao final a oposição estabeleceu que atualmente trabalhará com sete pré-candidatos a prefeito: Antonio Soares (PT), Aristides Milhomem (PSD), Capitão Ribeiro (sem partido), Eric Costa (PSC), Gil Lopes (PR), Leandro Avelar (PP) e Perdigão Filho (PRTB). O objetivo da oposição é de chegar, no máximo em meados de abril, com somente um candidato para disputa eleitoral em outubro.
Outra decisão foi o estabelecimento de que a oposição vai fazer uma pesquisa de opinião pública, com valor qualitativo e quantitativo, sobre qual dos “pré” pode vir a liderar a oposição.
“Uma comissão também fora tirada para gerenciar os trabalhos de unir a oposição, entre eles estão Adão Nunes, Paulim Bandeira e Ivan Silva.”
Em que pese ser salutar a iniciativa de alguns líderes citados na noticia acima transcrita, de promoverem reuniões em busca de dá início ao procedimento de escolha do futuro candidato a prefeito, que representará a vontade contrária à do grupo que detém, atualmente, o poder em Barra do Corda, o processo de seleção de candidatos, por ser é uma das atividades centrais e mais importantes de toda e qualquer eleição, bem como de toda e qualquer organização partidária, deveria ser precedida da exigência aos pretensos prefeitos (como é o caso), da apresentação de idéias, materializadas nos projetos e nas políticas públicas que pretendem implantar em cada seguimento da administração (saúde, educação, esporte, etc.), de forma a fornecer elementos suficientes ao eleitorado, para que este, quando da realização da pesquisa que definirá o nome de quem assumirá o papel principal da oposição nas eleições de outubro, tivesse condições de avaliar e escolher aquele que melhor se encaixa no seu perfil de ‘prefeito ideal’.
Transparece-me, que o simples fato de possuir uma legenda partidária “em mãos” e o desejo de participar de qualquer forma do processo em comento, foi credencial para comparecer ao encontro retro e ser aceito como “pré-candidato” da oposição.
Vê-se, nessa percepção, um problema político, qual seja, o de ter nos partidos a única condição para ser candidato, não se atendo para questões mais que essenciais na legitimação da pretensão, tais como a qualidade técnica/administrativa, a probidade e a aptidão para atuar no meio.
Embora exista a afirmação por parte das legendas que se preocupam com a qualidade de seus quadros, na escolha partidária dos candidatos, negociações políticas e chances de vitória contam mais do que a qualificação dos nomes para administrar uma cidade do porte da nossa.
Infelizmente, na escolha do candidato, chances de sair vitorioso das eleições, poder aquisitivo e negociações que se lastreiam nos bastidores, pesam mais que a capacidade técnica para tal.
No caso, vejo pouca qualidade administrativa ou condições de vitória em pelo menos metade dos setes nomes lançados como pré-candidatos na reunião realizada no dia 25 próximo passado na casa do senhor Leocádio Cunha.
Dentre eles existem pessoas que descendem no cenário político a cada eleição, não obtendo êxito em candidaturas para prefeito e deputado, tampouco conseguem eleger aqueles que apadrinham como candidatos a vereador. Em verdade, não possuem representatividade considerável, capaz de os colocarem à frente nas pesquisas e, por conseqüência, como “cabeças-de-chapa” na disputa pelo cargo de chefe do executivo municipal.
É cediço, que para alcançar o objetivo que traçaram, muitas vezes, a habilidade política se apresenta como atributo mais importante que a experiência administrativa. Ademais, dirigentes partidários apontam como requisitos indispensáveis para ser candidato: capacidade de angariar votos, carisma, credibilidade, consonância com as idéias do povo e de seu partido e ficha limpa.
Sabe-se, que a construção da cidade é múltipla e o poder é cercado maléficamente por interesses, o que torna imprescindível ao gestor a habilidade para dialogar e negociar com os mais diversos setores. “Se não tem experiência administrativa, o gestor pode se cercar de bons técnicos, ‘sabendo ser’ um bom político, agregando as forças necessárias para o desenvolvimento da candidatura”, o que não vejo como características de parte dos retro mencionados pré-candidatos.
Entendo, que o candidato para Barra do Corda necessita ter projeto para a cidade, ser liderança consolidada, ter comprometimento partidário e viabilidade eleitoral, de forma que, em minha modesta avaliação, a grande maioria dos pré-candidatos não possui experiência administrativa e os referidos pressupostos.
Nesse contexto, é possível retirar a seguinte ilação: a qualidade dos intervenientes deixa muito a desejar e que a campanha é “por tudo e para tudo”, menos pela discussão dos problemas do município de Barra do Corda.
Infelizmente a visão sobre a política e a (visão) dos políticos, foram deturpadas por pessoas infiéis a democracia. Acredito na importância que tem a política para nossa Barra do Corda, eis que ela é, vista da maneira como tem que ser, fundamental para a consolidação de nossa democracia, além de levar a sociedade seus anseios e suas necessidades.
Apesar de termos picaretas que utilizam da política para aumentarem suas contas bancárias, enganando o povo com sua “politicagem” e “politicalha”, ainda existem aqueles que merecem a confiança dos munícipes cordinos, para que sejam escolhidos a mudar esta realidade, com comprometimento, responsabilidade e honestidade.
Que apresentem projetos coesos, modernos e transparentes, que nos façam realmente acreditar que a mudança estar por vir, que existe uma opção de credibilidade. Discursos vagos e inoperantes já não dão resultados como outrora, no mais, vejo muitos aprendizes querendo jogar e ganhar de profissionais.