O ex-presidente da empresa Andrade Gutierrez Energia, Flavio David Barra, afirmou na última sexta-feira (15), durante depoimento prestado à Justiça Federal no Rio de Janeiro, que o filho do senador Edison Lobão recebeu propina.
A revelação bombástica produzida na delação premiada – homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal – foi firmada entre o empresário e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com o vídeo acima, Flavio David Barra detalha negociações e pagamentos efetuados para Lobão quando era ministro de Minas e Energia. Flavio afirmou que Lobão criou formas para passar imagem de que empresas estavam competindo no leilão, mas, na verdade, era tudo carta marcada.
O empresário também delatou que o senador Edison Lobão indicou como interlocutor um advogado de uma empresa do Maranhão para tratar sobre a usina de Angra. “Do PMDB não eram tesoureiros, eram interlocutores. O ministro Edison Lobão pra Angra ele indicou um primeiro interlocutor, no caso era um advogado, uma empresa acho que do Maranhão”, diz trecho do vídeo.
A Andrade Gutierrez Energia também chegou a pagar dinheiro em especie direcionado ao peemedebista. Lobão pediu em 2011, segundo o delator, e recebeu da empresa de Energia R$ 600 mil do esquema do PMDB, uma das parcelas da propina, que foi entregue para Márcio Lobão, filho do ex-ministro.
Ainda delatou que que Márcio Lobão era o representante do pai senador no caso da hidrelétrica de Belo Monte. “No caso de Belo Monte, ele pediu que a interlocução, porque ele era ministro e tal, mas o representaria, o filho dele, Márcio Lobão”, afirmou.
Márcio Lobão chegou a ocupar cargo público como presidente da Brasilcap, setor que atua na estruturação de planos de capitalização do Banco do Brasil. A esposa do filho de Lobão, Marta Martins Fadel, chegou a ser lotada no gabinete no Senado, entre 2001 e 2003, mas foi exonerada do cargo por nepotismo.