O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), vai comparecer à Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, nesta terça-feira (27), para prestar esclarecimentos aos deputados federais sobre os atos violentos de 8 de janeiro, a visita ao Complexo da Maré e as mudanças na política de acesso a armas de fogo no país.
A audiência está marcada para às 14h e terá a participação de outros ministros que foram convidados por congressistas, que são Silvio Almeida (Direitos Humanos), Marco Edson Gonçalves Dias (GSI) e Daniela Carneiro (Turismo).
Dino é o primeiro ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que vai ser ouvido por parlamentares. Além da reunião desta terça, ele também deve ir à Comissão de Segurança Pública no dia 11 de abril.
A insatisfação de parlamentares da oposição com Flávio Dino se intensificou neste mês. No dia 13 de março, o ministro da Justiça de Lula visitou a comunidade Nova Holanda, que faz parte do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais e a tribuna para insinuar que o ministro teria entrado na comunidade após negociação com a facção Comando Vermelho (CV) e que por isso ele nem teria tido reforço de segurança.
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) escreveu no Twitter que chamaria Dino para explicar o nível de envolvimento dele e de Lula com o crime organizado carioca.
Em resposta, o ministro da Justiça protocolou uma notícia-crime ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual acusa cinco deputados e dois senadores de terem espalhado notícias falsas contra ele. Os parlamentares de oposição defenderam que isso foi uma tentativa de censura.