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Fogo amigo

Por Abdon Marinho

Fico com a impressão que falta comando “no outro lado da ponte”, como costuma dizer um colunista da cidade. Vejamos: apresentaram um pré-candidato ao governo do estado que de longe, já disse aqui mais de uma vez, é o melhor que tem, o único que pode de fato ganhar a eleição. Beleza. Só que resolveram queimar o cara.

Ora, ninguém duvidava ou duvida da capacidade administrativa do cidadão, que ele é um bom gestor, etc. Pronto. Poderiam vender isso na boa. Ninguém sequer iria discutir isso. Só que de repente resolveram vir com tanta ênfase em torno do assunto que acaba tendo um efeito contrário.

Primeiro foi aquela tolice de que o pré-candidato adversário o teria elogiado. Se os adversários, não fossem igualmente tolos e não se deixassem emprenhar pelos ouvidos, teriam simplesmente dito que sim, pronto e daí? O que tem demais reconhecer que um adversário é um bom administrador, melhor dizendo, um administrador acima da nossa média que é muito baixa? Nada. Pronto passaria batido.

Só que a ênfase foi tamanha que suscita questionamentos. Será que essa administração foi a “brastemp” que alardeiam?
Aí cometeram o segundo equívoco. Resolveram usar os dados do IDH, para efeitos de comparação. Pegaram os números da cidade que foi administrada pelo pré-candidato para confrontar com os números das cidades que foram ou são administradas pelos adversários. Uma ratada, conforme já expus no post anterior, primeiro porque estão discutindo miséria e miséria grande, tão grande que para encontrar os municípios maranhenses se sugere que comece examinando de trás para frente. Não se pode falar deste tipo de assunto sem se reportar a quem está no poder desde sempre ou pode?

Embora eu próprio reconheça que o ex-prefeito fez uma grande gestão, tirou o município do atraso, principalmente se comparamos ao caos administrativo das gestões anteriores, jamais se poderia chamar para o confronto. Os números não são favorável a tese que defendem. Vejam: Ribamar está 474 posições atrás de Paço do Lumiar e 1416 posições atrás de São Luís. Diante de números tão incisos, como podem vender a idéia de gestão modelo? Na ilha Ribamar só está à frente de Raposa que até outro dia era distrito de Paço do Lumiar e não passava de uma vila de pescadores e rendeiras.

Os números são mais dramáticos quando sabemos que a gestão de São José de Ribamar foi continuada por um aliado com todas as condições e recursos que continuaram a chegar ao município e foram muitos, basta ver a relação de convênios, enquanto que a gestão de Paço do Lumiar foi continuada pela Sra. Bia Venâncio, o que dispensa qualquer comentário adicional, basta dizer que não terminou o mandato no cargo, tal a sorte de desatinos.
Achando pouco, hoje resolveram cometer mais um desatino. Pegaram um comentário do jornalista Alexandre Garcia, sobre o péssimo hábito que tem os gestores de remendar asfalto, com as famosas operações “tapa-buraco” para espinafrar com a gestão do prefeito da capital.

Ora, essa é famosa critica de se falar de corda em casa de enforcado. O prefeito da capital não tem um ano no cargo, sai de um período chuvoso e tenta aliviar o sofrimento dos motoristas com esse tipo de operação, diga-se, que não é ideal e não resolve. Entretanto, na hora que apontam o dedo para o prefeito da capital esquecem que tem três outros dedos apontando para o governo do estado e para seus prefeitos aliados, inclusive para o pré-candidato indicado. Quantas vezes as mesmas estradas do estado com menos de um ano de entregues não estão sofrendo intervenções? Quantas vezes não já remendara, e revisaram a MA Cujepe-Pinheiro, Pinheiro-Santa Helene e Santa Helena-Governador Nunes Freire? E as dezenas de outras estradas que estão todos os dias reformando? e a MA 014? e a Pinheiro-Cururupu? e a a quatro bocas-Carutapera? e a Carutapera-Cândido Mendes? E ainda temos que ficar felizes, pior mesmo é o inferno da buraqueira. O que sabemos, quem conhece as estradas do Maranhão, é que nossas obras são muito malfeitas, até parece, que são feitas com o claro propósito ficarem em constante reforma. A qualidade é tão ruim que os cidadãos maranhenses que moram próximos ao Piauí preferem usar as estradas daquele estado.

Apenas para citar o exemplo da administração modelo do pré-candidato: alguém sabe informar quantas vezes a estrada da Mata foi reformada só nos últimos oito anos? Soube que estão reformando mais uma vez.

Existem coisas que é melhor não mexer, pois a linha puxa o novelo, que puxa o gato, que puxa o gatuno.
Se os aliados tratam o pré-candidato assim, chego a duvidar que sejam de aliados ou então estão mais perdidos que cachorro caído do caminhão de mudança.

Abdon Marinho é advogado eleitoral.

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