Às vésperas do registro das atas das convenções partidárias no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), um verdadeiro imbróglio ainda predomina no Partido dos Trabalhadores.
O PT, que iniciou a pré-campanha divido entre os interesses da direção estadual e a vontade da base partidária, apequenou-se pela demora em decidir, pelos atrapalhos, e pela nítida subserviência aos caprichos do presidente nacional Rui Falcão.
Mesmo com a definição dos filiados em indicar o candidato a vice-governador, uma resolução da Executiva Nacional priorizou em 26/05 [veja aqui] a disputa pelo senado, justificando, para tanto, que o partido só teria direito a uma vaga na chapa majoritária do PMDB e que a estratégia nacional é ampliar a bancada no Congresso.
A “priorização” era na verdade uma estratégia maquiavélica do presidente nacional da sigla, Rui Falcão, para DESCOLAR o PT do PMDB no Estado. A aliança “meia boca” serviria, entre outras coisas, para não deixar o palanque da Presidente Dilma Rousseff exclusivo e ainda beneficiar indiretamente a candidatura do comunista Flávio Dino, a quem Rui Falcão sempre defendeu abertamente o apoio do partido. Alertado da tramoia, o PMDB ficou em alerta.
A Governadora Roseana Sarney, que sempre manteve boa relação com o partido, entrou na questão e, em reunião na véspera da convenção (26/06) com dirigentes e lideranças, garantiu a indicação do candidato a vice-governador e do 1º suplente pelo PT, o que ampliaria a presença do partido na chapa, comtemplava os interesses diversos e poria fim ao impasse.
Entretanto, mesmo depois da proposta aceita pela direção estadual e pelas diversas forças políticas locais, a Executiva Nacional editou (pasmem!) no mesmo dia, outra resolução, em que “proíbe que o PT indique candidato a vice-governador” [veja aqui].
O vexame e a desautorização para a direção local encaminhar as articulações comprovou o descolamento e ainda impôs nova intervenção no partido, ao determinar aliança proporcional com o PSD-55, mesmo tendo sido aprovada chapa pura para deputado federal e estadual – o que gerou profunda revolta dos candidatos e militantes.
Após essas idas e vindas, caberá ao PT indicar somente o 1º suplente na chapa do candidato a senador Gastão Vieira.
Raimundo Monteiro, presidente estadual da legenda, mesmo INELEGÍVEL por ter sido CONDENADO em dois processos no Tribunal de Contas da União (TCU) referentes à sua passagem pela superintendência do INCRA, ainda “bate o pé na parede ” e continua reticente em declinar da disputa.
Sua insistência tem apavorado a cúpula peemedebista, sobretudo Gastão Vieira, que corre o risco de ter sua imagem de homem reto e probo aliada à imagem de um ficha suja.
Além da incontestável exposição negativa de toda a chapa durante os três meses de campanha eleitoral, em caso de eleição de Gastão, e a justiça confirmando a inelegibilidade de Monteiro, toda a chapa do Senado estaria prejudicada e Gastão não seria empossado, o que seria o velho “ganhou, mas não levou”.
Membros da direção do PT afirmam que não é desnecessário mais um desgaste para o partido e que, sem mais tempo para melindres, Monteiro deve ser rapidamente substituído.
Resta saber até quando ainda vão aceitar esse desgaste.