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Gravação revela proposta de R$ 10 milhões e interferências no caso Decio Sá

Um gravação obtida com exclusividade pelo Blog do Neto Ferreira revela dados novos que reforçam a tese da existência de outros mandantes da morte do jornalista Décio Sá, que ocorreu em abril de 2012.

No áudio, conversam José Alencar Miranda, pai do agiota Gláucio Alencar, e uma pessoa que não teve a identidade revelada. No diálodo, Miranda, que é tido como um dos mandantes do assassinato de Décio, faz revelações bombástica sobre o envolvimento do ex-secretário de Segurança Pública e atual deputado federal, Aluísio Mendes (Podemos) e um empresário do ramo da construção civil no desenrolar das investigações.

Quando estavam presos no Quartel do Corpo de Bombeiros, Miranda e seu filho receberam a visita do advogado Benevenuto Serejo, que ofereceu o montante de R$ 10 milhões para que ele assumisse a articulação do assassinato. A vultuosa quantia seria depositada na conta de Gláucio Alencar, o que foi recusado pelo mesmo, segundo conta o próprio Miranda (ouça o áudio abaixo).

A oferta foi feita a mando de um empresário da Construção Civil. A propposta também incluía a saída do agiota da prisão. Em caso de negação, Miranda não poderia comentar com ninguém, pois caso contrário, ele iria para a Penitenciária em 5 dias e lá seria morto.

O investigado afirma que depois de 6 meses o advogado o visitou no Quartel da Polícia Militar apresentando outra proposta enviada por Aluísio Mendes. Naquela ocasião, o causídico disse que o secretário [de Segurança Pública] iria chamá-los [ Miranda e Gláucio Alencar] para depor e que eles teriam que acusar o ex-prefeito de Caxias e ex-presidente da Assembleia, deputado Humberto Coutinho, e o juiz Cidarta Gautama como mandantes do crime.

“Aí eu disse: doutor, não vou fazer isso, fizeram essa sujeira comigo e com meu filho, mas eu não faço isso”, se recusou José Alencar. O acusado diz que foi proibido de falar sobre a proposta sob pena de ser levado para Pedrinhas a mando de Aluísio Mendes e ser morto lá.

Na conversa, ele revela ainda que Maymone, Larrah e Afonso, delegados responsáveis pelo caso na época, sabiam das propostas feitas aos acusados. “Os delegados todos sabem dessa oferta, dessa proposta que ele me fez. Quando tive na delegacia, mandaram me chamar. Rapaz, isso aqui é um jogo sujo, você sabe da proposta que me fizeram né, falei para o delegado Maymone. Eu sei, quem fez a proposta pra ti, foi o Benevenuto Serejo. Então, estavam lá Maymone, um tal de Larrah, Afonso o nome do outro delegado. A polícia toda sabia disso ai. Os (incompreensivel) sabiam dessa sujeira, acredita?”

Miranda diz que Mendes e o empresário estavam interessados em fazer com que Gláucio Alencar e ele mudassem os depoimentos para beneficiá-los. “Tudo bem, o pessoal da construção tá metido, mas o secretário também tá metido nesse negócio aí..é o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, e essa segunda proposta dele era pra eu dizer que, eu e meu filho, pra eu dizer que tinha sido doutor Humberto Coutinho e o juiz chamado doutor Sidarta”.

Em um determinado trecho da gravação ele diz que foi para audiência da qual o juiz sabia da proposta e que lhe fez perguntas acerca do montante oferecido, mas Miranda ressalta que estava proibido de falar algo a respeito.

Em outra acusação, o pai do agiota aponta Shirliano Graciano de Oliveira, o “Balão”, como a principal chave para desvendar o assassinato de Décio. José Alencar fala que o suspeito não foi sequer denunciado e que ele não foi preso pelo crime porque a Polícia não quis. “O desembargador aqui despronunciou ele, não tem nada a ver com o caso. A única coisa que ele fez foi conversar com não sei quem…ele ainda perguntou: o Gláucio ainda tá preso? Que diabo de sacanagem é essa? O rapaz não tem nada a ver com isso. Ele sabe de tudo, e a polícia também não quis prender ele pq se dissese tudinho, ia acabar com negócio deles.”

Recentemente, um dos acusados de mandar matar Décio Sá, Júnior Bolinha, afirmou, em depoimento, que houve direcionamento das investigações do caso Decio Sá por parte das autoridades, inclusive, envolveu nomes de políticos, magistrado, empresário e do chefe do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão, promotor Marco Aurélio Rodrigues.

Outro lado

Em contato com o Blog, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, afirmou que tomou conhecimento do áudio, e que a gravação passou por perícia para identificar e confirmar a voz de Miranda, mas a Polícia Civil não abriu inquérito para apurar o caso.

Procurada, a viúva do ex-deputado estadual Humberto Coutinho, Cleide Coutinho, disse que não se pronunciará sobre o assunto. O juiz Sidarta Gautama afirmou que ter o seu nome citado no áudio lhe causa estranheza, pois nunca teve relações com o caso.

O Blog entrou em contato com José Miranda Alencar e este confirmou as informações acima.

O advogado Benevenuto Serejo negou todas as acusações e as classificou como absurdas. Disse que já prestou esclarecimentos às autoridades policiais e que não tem qualquer tipo de relação pessoal e/ou profissional com Aluísio Mendes e o empresário da construção civil. O advogado afirmou que prestava assessoria como corretor [profissão que também exerce] a Gláucio Alencar, pois este era empresário e tinha imóveis por São Luís. Leia a nota na íntegra aqui.

O Ministério Público do Maranhão foi procurado, mas não se pronunciou sobre o caso.

O deputado federal Aluísio Mendes também negou a proposta e a relação com as pessoas citadas. Ele esclareceu que “a investigação do brutal assassinato do jornalista e blogueiro de O Estado, Décio Sá, esteve sempre sob a responsabilidade da Polícia Civil do Maranhão, que montou à época uma força-tarefa composta por delegados, investigadores e escrivães, com trabalhos irrefutáveis prestados à segurança pública. E que, como secretário, jamais interferiu na conduta profissional de quaisquer de seus comandados pela confiança que tinha em sua equipe. O deputado reforça ainda que, desde o seu início, acompanhou o trabalho de apuração que também foi fiscalizado pelo Ministério Público do Maranhão (MP), que disponibilizou um grupo de promotores especializados que auxiliou na elucidação deste crime que chocou a sociedade maranhense. Aluísio Mendes esclarece ainda que, como secretário de Segurança Pública, seu papel foi feito com precisão, ou seja, de dar suporte e condição para que a força-tarefa atuasse com isenção e autonomia. Para isso, o agora deputado fez questão de buscar junto a outros órgãos – como a Polícia Federal – apoio tecnológico e de inteligência justamente para garantir o esclarecimento do crime e afastar qualquer possibilidade de ilegalidade na apuração dos fatos. ”

3 thoughts on “Gravação revela proposta de R$ 10 milhões e interferências no caso Decio Sá

  1. Meu povo tem um sujeito que era dono de caças níqueis casa de bingos aqui na ilha este foi um dos matadores depois da morte do decio este sujeito que e um pistoleiro fino foi embora para parnaiba pi colokou uma rede de lanchonete lá e o mesmo nunca foi citado em nada pois fez um acerto e pegou uma bolada boa e só investigar nome dele e marcos Sanduba

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