Localizada no Centro Comunitário Radional e Adjacência (CCRA), a Creche Escola Comunitária Cantinho da Criança está há sete meses sem receber recursos do governo. A unidade, que existe desde 1998 e funciona das 7 às 17h, costumava ter uma taxa que ia de R$50 a R$100 e foi anulada, em janeiro, após um convênio com a Secretaria Municipal de Educação (Semed).
“A luta aqui é grande”, diz a fundadora e presidente Neuza Elina Silva de Jesus, que coordena as atividades da creche há 15 anos. Há sete meses os 17 funcionários do Cantinho da Criança não recebem salário e nenhuma verba para a merenda foi recebida. “Pedi dinheiro emprestado ao meu filho pra comprar a merenda das crianças”, revela Neuza Elina.
A professora Carla Andrea, que compõe o quadro de funcionários há 5 meses, garante que desde que eu entrou nunca recebeu salário. “Como sempre o dinheiro do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) atrasou”, completa Teresinha de Jesus Silva, funcionária há 11 anos, que afirma não deixar o trabalho por amor às crianças.
Manifestação
O Cantinho da Criança, que também já teve convênio assinado com a Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), parou suas atividades, nessa segunda-feira (5), para protestar pela falta de verbas. Houve acordo e promessa de recursos até o dia 20 deste mês. “Se não for resolvido, a creche vai parar”, assegura a presidente Neuza Elina.
O mecânico, Wanderson Machado, de 24 anos, lamenta a situação de falta de recursos. “Tem muita gente que necessita do auxílio da creche. Se parar de funcionar, vai prejudicar muita gente”, diz Wanderson, que trabalha e passa o dia fora, deixando o filho na creche até as 17h.