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Herança bendita

Por Abdon Marinho

No começo do governo Dilma o ex-presidente FHC alertou-a para os problemas que ela iria enfrentar, sobretudo na economia onde as bases do crescimento, os mecanismos de controle de inflação não pareciam suficientemente sólidos depois dos oito anos do seu antecessor. Naquela oportunidade disse-lhe que o ex-presidente Lula deixara-lhe uma “herança maldita”.

A companheirada como em tudo ver motivo para fazer política, saltou os cães para cima do ex-presidente, fazendo inclusive a atual mandatária soltar uma nota e declarar publicamente que recebera uma “herança bendita”. Papai dizia que a língua é o castigo do corpo. A situação do país é pré-revolucionária, a aceitação da presente mandatária que chegou a oitenta por cento não faz muito tempo, caiu para trinta, apontam as pesquisas.

O povo nas ruas em intermináveis protestos que começaram insuflados pelo governo,, e seus partidos aliados, diga-se de passagem, na tentativa de causar danos a seus adversários, voltou-se contra o próprio governo que não tem uma solução para o coquetel explosivo que criou.

O grito das ruas ou a manifestação do povo não é causa é efeito de um política econômica desastrosa iniciada no governo anterior, conforme alertara FHC e que a presidenta fez pouco caso. Mais, é consequência da inflação, da corrupção e da presunção que tomou conta de um governo que só pensa em eleição e nada em administração.

A regra de ouro de qualquer governo, digo isso por onde passo, é administrar para a sociedade, para o conjunto da população. O que temos visto nos últimos anos são os governos fingirem que governam para toda a sociedade quando na verdade estão governando para um ou dois grupos bem definidos. No nosso caso para os extratos mais miseráveis da população através de uma infinidade de bolsas e para os muitos ricos. Os grandes capitalistas tem nesse governo uma mãe generosa através dos subsídios fornecidos pelo BNDS e dos demais bancos oficiais e da Petrobrás. Esses muitos ricos nunca tiveram tantos incentivos, investem e lucram a custo zero, se dá certo levam o lucro para suas contas no estrangeiro, se dá errado, penduram a conta nos bancos do governo bonzinho e da sociedade tola.

É patético ver certos partidos aliados ao governo criticar a imprensa, falando em cassar concessões, em marcos regulatórios, quando vemos essa mesma imprensa fazer vistas grossas a todos os malfeitos, não divulgando, sequer a décima parte de toda a corrupção que ronda os governo e seus amigos. Chega a ser nojenta a forma como a imprensa blindou certas pessoas. Pobres que viraram milionários da noite para dia não ganham uma nota de rodapé, é como se seus malfeitos nunca tivessem existido para a mídia.

O Brasil que legaremos ao futuro tornou-se uma incógnita graças aos desacertos dos últimos anos. O cenário de inflação e corrupção tem como consequência uma revolução, daí para frente ninguém mais saberá o que virá.

Abdon Marinho é advogado eleitorarl

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