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História de homem linchado no Maranhão vira documentário exibido na Flip

A capa do EXTRA de 8 de julho de 2015, que compara o linchamento de Cleidenilson Pereira aos castigos da escravidão, foi o pontapé para o cineasta Vladimir Seixas percorrer o Brasil atrás de histórias de crimes semelhantes. Ao fim da empreitada, surgiu o documentário “A primeira pedra”, produzido pelo Canal Futura em parceria com a produtora Couro de Rato, que será exibido hoje e sexta-feira, às 20h, no Cineclube Futura, na Flip, em Paraty. Quem não for ao evento pode conferir o filme no Futura Play.

— Essa capa é muito emblemática. Desde a morte do Cleidenilson, a família dele foi adoecendo. Esse é um crime que impacta a família tão fortemente, que é difícil tocar a vida — diz o diretor.

Negro, Cleidenilson Pereira foi amarrado a um poste em São Luís, no Maranhão, e morto a socos e pontapés após ser acusado de roubo. Um outro homem, branco, que teria participado do crime também, sobreviveu. O processo que investiga o assassinato do jovem de 29 anos ainda não foi concluído.

— A questão racial faz a crueldade ser maior. O curioso é que o linchamento tem um protocolo. A vítima é acusada, perseguida e, quando cai no chão, a covardia acontece — explica Seixas, de 37 anos.

A obra é dividida em quatro capítulos e mostra ainda o episódio envolvendo o professor de História André Ribeiro, confundido com um assaltante enquanto fazia exercício no Balneário São José, em São Paulo.

— Ele só não morreu porque provou que era professor dando uma aula sobre Revolução Francesa — recorda Seixas.

Do jornal EXTRA

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