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Imoral

Por Abdon Marinho

Advogado Abdon Marinho.
Advogado Abdon Marinho.

Vejo aqui no JN que o governo coloca mais um prego no caixão que conduz féretro da vergonha nacional. Trata-se de mais uma indignidade que o nosso governo, dito democrático, impõe aos cidadãos de bem.
Falo do nebuloso processo de importação dos médicos cubanos. Nada contra a importação de médicos, desde que eles se submetam aos mesmos testes que passam os médicos brasileiros ou que tenham seus diplomas revalidados. Quem conhece a realidade do interior maranhense sabe que aqui mais do que em qualquer outro lugar temos necessidade de médicos, de bons médicos. A maioria das equipes de PSF estão funcionando de forma precária porque os médicos que as chefiam não querem cumprir a carga horária do programa. Mas esse post não é para tratar disso.

O objetivo deste post é denunciar mais essa imoralidade que o governo brasileiro promove para beneficiar o governo de Cuba. Uma imoralidade, uma ilegalidade, uma vergonha.

Vejamos. O Brasil é signatário de todos os tratados internacionais de proteção ao emprego e ao trabalhador. É signatário de todos os tratados de combate ao trabalho escravo, servil. É signatário de todos os tratados de devesa de direitos humanos. O Brasil possui uma das legislação mais protecionistas em relação ao trabalhador do mundo.
E o que está acontecendo neste momento? O governo está importando médicos que irão trabalhar nos locais mais inóspitos do país mas esses trabalhadores não receberão salários. Seus salários serão repassados ao governo cubano que dirá quanto cada um deverá receber.

Os médicos não poderão trazer suas famílias. Estas ficarão como reféns para que seus maridos, filhos ou parentes tenham que voltar.

O governo brasileiro acha esse tipo coisa normal? Acha digno o tratamento que se dá a esses trabalhadores que virão salvar vidas de brasileiros? Eles serão tratados com que tipo de legislação? Que tipo de garantias terão? Qual a legislação lhes serão aplicadas? As leis brasileiras? A CLT? Os tratados?

O governo brasileiro assim como a nossa legislação diz defender os trabalhadores como é possível dispensar esse tipo de tratamento aos trabalhadores de outros países que aqui vem trabalhar? Já sei, as regras só servem para os trabalhares brasileiros. Os cubanos não são trabalhadores, são peças da engrenagem do regime, por isso podem e devem ser tratados de forma tão desumana, sem sequer ter direito a um salário, sequer saber quanto devem receber. E o governo brasileiro acha isso normal, endossa e defende esse tipo vergonha.
E o que dizem as nossas centrais sindicais? Nossos sindicatos? E mais essa cambada de desocupados que vivem repetindo aos quatro ventos que são defensores dos trabalhadores? E nossa OAB, através de suas comissões, nada tem a dizer? E o CRM, porque ao invés de ficar defendendo seus interesses, nem sempre dignos, não protestam contra o tratamento que esses profissionais irão receber?

Ninguém diz nada. Essa é mais uma vergonha da qual somos todos cúmplices.

Abdon Marinho é advogado eleitoral

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