A presidente da Assembleia Legislativa licenciada, deputada Iracema Vale (PSB), insiste em manter Aldenir Santana Neves, membro de organização criminosa apontado pela Polícia Federal, no cargo de secretário do seu Gabinete. O grupo no qual Neves integrava foi acusado de saquear os cofres públicos do Maranhão.
Mesmo diante do largo histórico de prática criminosa do ex-prefeito de Urbano Santos e condenações nas esferas federal e estadual, a chefe do Legislativo continua mantendo o investigado no quadro de servidores da Casa (relembre aqui).
A manutenção de Aldenir Neves por parte de Iracema em um cargo de confiança derruba qualquer discurso de uma gestão limpa e transparente.
Em conversa reservada com o titular do Blog, deputados ligados a Iracema criticaram a nomeação do ex-prefeito, alegando que gera um desgaste desnecessário para Casa e para gestão da presidente.
A deputada estadual atualmente está comandando o governo do Estado interinamente até o próximo sábado (18).
Nessa semana, Aldenir foi visto andando pelos corredores da Assembleia com o crachá de servidor público. A circulação do investigado pelas dependências da Casa acaba criando burburinhos maldosos e manchando a imagem da presidente licenciada.
Histórico criminoso
Em 2007, inquérito instaurado no âmbito da Operação Rapina identificou que o então prefeito de Urbano Santos, em conjunto com mais sete gestores municipais da época, secretários municipais, membros das comissões de licitação, contadores e empresários, fraudaram licitações e movimentaram cerca de R$ 1 bilhão em recursos federais no período de 10 anos (reveja aqui).
Aldenir Neves chegou a ser preso juntamente com 111 pessoas no Maranhão e no Piauí.
Outro escândalo envolvendo o ex-prefeito de Urbano Santos foi a compra de um colar de ouro 18 quilates, no valor de R$ 27.800 mil, registrada na prestação de contas do município referente ao exercício financeiro de 2008, desaprovada pelo TCE e depois confirmada pela Câmara de Vereadores de Urbano Santos.
Em 2013, Aldenir Santana voltou a ser preso, só que pelo Gaeco, e mais uma vez por desvios de verbas públicas entre 2005 a 2009. Na ocasião, os investigadores cumpriram um mandado de prisão temporária e outro de busca e apreensão em imóveis do ex-prefeito.
Ele foi acusado de movimentar R$ 2.193.853,38 milhões, que tinham sido transferidos das contas da Prefeitura de Urbano Santos e, que seriam destinados para programas sociais (como Saúde da Família, entre outros), para as contas particulares do ex-gestor.
Após esses fatos, Neves chegou a ocupar o cargo de secretário de gestão na administração municipal de Iracema Vale em Urbano Santos. Na campanha eleitoral de 2022, ele participou ativamente da eleição da socialista.
E como uma espécie de “recompensa” pelos serviços prestados, o ex-prefeito foi agraciado com o cargo de secretário de Gabinete na Assembleia.
Brasil, onde o crime compensa….