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Janot derruba versão de Lobão de negar relação com empresa investigada na Lava Jato

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Em maio de 2015, o senador Edison Lobão esteve na sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento. Foi questionado sobre seu envolvimento em irregularidades apuradas pela Lava Jato. Estavam na sala o delegado federal Felipe Leal e o procurador da República Bruno Calabrich. Os investigadores perguntaram a Lobão qual sua relação com a Diamond Capital Group. Suspeitas de que o parlamentar é sócio oculto da empresa chegaram ao conhecimento da força-tarefa da Lava Jato.

A Diamond, segundo o inquérito policial, foi beneficiada de forma ilícita com aporte de capital de diversos fundos de investimentos controlados pelo governo federal, entre eles o da Petros, a caixa de previdência dos funcionários da Petrobras. De acordo com o MP, quem administrava os interesses de Lobão junto à Diamond era o advogado Márcio Coutinho, que atuou como tesoureiro da campanha do peemedebista ao Senado em 2010 e foi coordenador da campanha de Lobão Filho ao governo do Maranhão em 2014.

Lobão negou relação societária com a Diamond no depoimento que prestou à PF. Disse que um preposto da empresa foi a seu encontro em junho de 2011, no Ministério de Minas e Energia, para informar ser o representante de um fundo com US$ 5 bilhões e que tinha interesse de investir no setor energético.

Na sexta-feira (23), o ministro Roberto Barroso determinou a abertura de inquérito contra o ex-ministro para investigar sua relação com a Diamond, incluindo a quebra de seu sigilo bancário entre 2011 e 2012, período em que passou a ser sócio oculto da empresa, segundo a acusação feita pelo MP. De acordo com Barroso, a procuradoria obteve dados da agenda do ex-ministro que demonstram diversas reuniões que teve, no ministério, com representantes da Diamond e com Márcio Coutinho. “[Isso] contraria suas próprias declarações no sentido de que só estivera com Marcos Henrique da Costa, da Diamond, uma única vez em junho de 2011 e que não tinha qualquer relação com o grupo”, afirmou o ministro do Supremo.

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