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Jefferson Portela nega acusação de que teria mandado investigar desembargadores

Em entrevista ao programa Abrindo o Verbo da Rádio Mirante AM de São Luís, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, negou que tenha mandado investigar desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão e rebateu acusações feitas pelo ex-titular da Superitendência Estadual de Investigações Criminais, Tiago Bardal durante o depoimento à 2ª Vara Criminal de São Luís.

Portela disse que o delegado mentiu e o chamou de criminoso, traidor do Sistema de Segurança Pública e alma suja. O auxiliar de Flávio Dino reassaltou que Bardal não passa de um preso de Justiça e suas declarações não tem credibilidade. (…) Preso, hoje ele é um preso de Justiça, só isso, pela prática de muitos crimes, muitos crimes, muitos. Ele é um traidor do Sistema de Segurança, tinha confiança”, frisou.

Ainda durante conversa com Geraldo Castro, o titular da SSP acusou Tiago de se vender para o crime e de fazer parte de uma quadrilha de assaltante de bancos. Segundo Portela, o ex-Seic recebia R$ 100 mil por mês para proteger os criminosos.

Ao ser questionado sobre a investigação dos desembargadores, o secretário negou o caso e disse que a iniciativa de representação partiu do próprio Tiago Bardal. De acordo com Jefferson, seria uma forma de proteger a quadrilha de assaltantes da qual o delegado fazia parte.

“Diz que eu mandei representar, quem assinou a representação contra o desembargador foi ele [Tiago Bardal], que deu entrada no CNJ. Veja como ele se confundiu tanto que não cumpriu minha ordem para representar contra desembargadores. Ora se ele deu entrada no CNJ, do punho dele, da lavra dele, como é que agora deixou de cumprir ordem para não fazer isso, enfeitando aquilo ali. (…) na medida que ele vendeu sua alma para o crime, que passou a viver sustentado não do seu salário mas de R$ 100 mil por mês pago pela quadrilha do Adriano, talvez por isso ele tenha representado contra os desembargadores. Porque esses que ele prendeu eram do outro lado como sempre fazia, prendia alguém de banco parecia que era muito, mas prendia quem era contra a quadrilha do Adriano Brandão, talvez por isso ele tenha representado contra o desembargador.”

O secretário também comentou acerca de ter sido acusado de mandar engavetar um pedido de reabertura do caso Décio Sá. Conforme ele explicou, a Procuradoria Geral de Justiça não pediu para que a Polícia Civil retomasse as investigações do assassinato do jornalista, mas sim requereu uma perícia de um áudio cujo conteúdo era um conversa que se dava entre José Miranda Alencar e um homem.

“Um ex-deputado chamado Raimundo Cutrim entrou com um ofício para o procurador geral de justiça [Luiz Gonzaga] dizendo que tinha uma voz dizendo quem os autores da morte de Décio Sá e que não seriam aqueles, ele deu entrada lá na Procuradoria Geral de Justiça, com um cd com uma voz que parecia ser retirada da internet, o procurador geral mandou processar, isso terminou indo para o então delegado geral dr. Lawrence, que encaminhou pra Seic, para esse delegado Tiago Bardal. (…) Não ficou claro de onde teria colhida aquela gravação, mas tava no CD, alguém repassou pra um CD, o papel dele era mandar pra o ICRIM, ouvir a pessoa, fazer um outro CD, mandar fazer a confrontação das cordas vocais para saber de quem era aquela voz, se era da pessoa indicada se era do cidadão Miranda, pai do gláucio, o própio Miranda dizendo que não era ele, Que não era o filho, que seriam outros mandantes, tá lá, este era o processamento desta coisa, não foi pedida nunca a reabertura do caso Décio, foi pedido pra processaR no ICRIM e ver de quem era a voz.

Depoimento

O ex-superintendente estadual de Investigações Criminais, Tiago Bardal, revelou que o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, mandou engavetar um pedido de reabertura do Caso Décio Sá. As declarações foram dadas em oitiva na 2ª Vara Criminal em meados do mês de março.

Naquela ocasião, Bardal afirmou que Portela não prosseguiu com as investigações porque a representação teria sido protocolada pelo ex-deputado Raimundo Cutrim (PCdob) na Procuradoria Geral de Justiça, e isso, promoveria eleitoralmente o ex-parlamentar.

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