Documentos obtidos pelo Blog do Neto Ferreira revelam como o “laranja” de Rômulo Trovão, Joelson Pereira, agia dentro do esquema criminoso, que desviou milhões dos cofres da Saúde do Maranhão durante a gestão do ex-secretário da SES, Ricardo Murad.
Joelson, que é dono da Vip Car, era uma das peças fundamentais para que o sobrinho de Murad, o empresário Rômulo Trovão, conseguisse ocultar os desvios de verbas federais feitos no âmbito da SES. Todas essas informações estão no inquérito policial aberto pela Polícia Federal para apurar a apropriação ilícita de milhões do Sistema de Saúde.
Conforme a PF, o “laranja” era o responsável por comprar carros de luxo e uma lancha em seu nome, que eram avaliados em média em R$ 200 mil, sacar e realizar depósitos em contas poupanças em nome de Rômulo e pagar contas de cartão de créditos, que também estava em nome do empresário.
O dono da Vip Car efetuou, ainda, saques no valor de R$ 704.574,00 mil da conta corrente do Instituto Cidadania e Natureza (ICN) sem ter qualquer tipo de vínculo societário ou empregatício. As retiradas foram feitas durante os anos de 2011 e 2012.
Após meses de investigação, a Polícia Federal constatou que Joelson não tinha condições financeiras para adquirir carros de luxo, lancha e realizar pagamentos de cartão de créditos com valores vultuosos, portanto ele se tratava de um “laranja”.
Saiba mais
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Entenda o caso
Em novembro de 2015, a Polícia Federal do Maranhão deflagrou a operação Sermão aos Peixes, que tinha como objetivo de desarticular uma organização criminosa montada no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde e que tinha como líder o ex-secretário Ricardo Murad.
A investigação teve início em 2010, quando o então secretário de saúde do estado do Maranhão se utilizou do modelo de “terceirização” da gestão da rede de saúde pública estadual, ao passar a atividade para entes privados – Organização Social (OS) e Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), e, assim, fugir dos controles da lei de licitação. Contudo, essa flexibilização significou uma burla às regras da lei de licitação e facilitou o desvio de verba pública federal, com fim específico de enriquecimento ilícito dos envolvidos.
Durante o período de investigação, os fluxos de recursos destinados pela União, por meio do Ministério da Saúde, ao Fundo Estadual de Saúde do Maranhão, resultaram em um montante de R$ 2 bilhões.
Muda o foco!! A notícia já deu.