Da Revista Época
O Supremo Tribunal Federal (STF) homologou nesta terça-feira (15) a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado. Na delação, Delcídio narra inúmeras acusações de corrupção, propina e irregularidades.
Um dos pontos da delação diz respeito a usina hidrelétrica de Belo Monte, maior obra do governo federal, com forte impacto ambiental na floresta amazônica e no rio Xingu. Belo Monte já recebeu a licença final e deve começar a gerar energia ainda este mês – ela terá potência para gerar 4 mil MW por ano, com picos de 11 mil MW.
Segundo Delcídio, as irregularidades começam no leilão da usina, em 2010. Três dias antes do leilão, as grandes empreiteiras que pretendiam tocar a obra, como a Andrade Gutierrez, decidiram abandonar o certame. Com medo do fracasso no leilão, o governo mobilizou empresas de médio porte que formaram um consórcio e apresentaram uma proposta. Foi a única proposta recebida e esse consórcio venceu o leilão. Poucos meses depois, as empreiteiras que tinham abondanado a proposta entraram para o consórcio como sócios e, na prática, passaram a controlar a obra. A leitura de Delcídio é que as empresas de médio porte não tinham condições de tocar a obra, e as grandes que desistiram da obra o fizeram para tentar influenciar o governo para aumentar seus lucros.
A segunda irregularidade aparece nos contratos de equipamentos para a usina. Segundo Delcídio, dois grupos disputavam os contratos para fornecer equipamentos para Belo Monte – um deles formado por empresas chinesas, outro por empresas nacionais. A delação diz que uma intervenção feita por Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antonio Palocci resolveu a disputa a favor das empresas nacionais. Desses contratos, foram retiradas propinas para o PT e para o PMDB.
“Delcídio, pelo acima relatado, acredita que a contratação de equipamentos girou em torno de R$ 15 milhões e R$ 20 milhões de contribuições ilícitas para as campanhas do PMDB e do PT”, diz o texto da delação. Segundo Delcídio, o valor do PT foi destinado para campanha eleitoral da presidente Dilma, e o do PMDB para o “grupo do Sarney”, que tem vários nomes do PMDB, incluindo o senador José Sarney e o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A denúncia diz que quem pagou a propina foi a empreiteira Andrade Gutierrez.
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