A deputada federal de Santa Catarina, Júlia Zanatta (PL) protestou contra o parecer favorável ao deputado maranhense, Márcio Jerry (PCdoB), acusado pelo PL de importunação sexual no episódio em que ele encostou por trás em Zanatta e cochichou em seu ouvido, na ocasião em que ela travava uma discussão com a deputada Lídice da Mata (PSB).
Em relatório preliminar apresentado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o relator do caso, deputado Ricardo Maia (MDB/BA), recomendou o arquivamento do processo ingressado contra Jerry por quebra de decoro. O processo pede a cassação de mandato de Jerry.
Zanatta afirmou que se o colegiado acatar o parecer de Ricardo Maia, validará violência contra uma parlamentar da Casa.
“Se isso aí virar em pizza, está dado o recado de que não tem que respeitar as mulheres. Não adianta aprovar o protocolo ‘Não é Não’, aprovar a própria modificação do código eleitoral. Não adianta. Porque a imagem que a gente vai passar é de que a gente aprova leis, mas aqui, quando acontece, é outra coisa”, disse.
E completou: “Quando é uma deputada de direita a vítima, tudo vira em pizza. Não vamos aceitar. Fazem isso em um dia e no outro vão para plenário segurar plaquinha de Não é Não”.
Júlia Zanatta também fez um apelo eu seu perfil em rede social, para que seguidores peçam ao relator a mudança de parecer.
Ela publicou uma entrevista concedida por Jerry, em que ele se coloca como vítima e acusa a deputada de ter manipulado uma imagem para justificar um discurso de violência contra a mulher.
VEJAM: NO MÊS DA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER OBSERVEM QUEM O CONSELHO DE ÉTICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS COLOCA COMO VÍTIMA.
Todas as leis em defesa das mulheres aprovadas na Casa não passarão de uma farsa se isso aqui virar o “novo normal”.
Eles pensam que eu vou… pic.twitter.com/XE25Es46TI
— Júlia Zanatta (@apropriajulia) August 3, 2023
“Vejam: no mês da luta contra a violência contra a mulher, observem quem o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados coloca como vítima. Todas as leis em defesa das mulheres aprovadas na Casa não passarão de uma farsa se isso aqui virar o “novo normal”. Eles pensam que eu vou parar aqui? Peçam ao relator do caso Ricardo Maia que mude o voto dele. Ele tem filha e tem mulher. Peçam que ele vote pela admissibilidade! Eu preciso de vocês comigo”, escreveu em seu perfil no twitter.