Enquanto uma parte do governo federal se esforça para arranjar recursos extras para reduzir o drama do Rio Grande do Sul, outra parte gasta.
O Ministério das Comunicações lançou na semana passada um edital para a contratação de cinco motoristas “para atender sua autoridade máxima” (assim consta no documento), o ministro Juscelino Filho, e outros servidores. Vai pagar R$ 580 mil por um período de 12 meses.
Dos motoristas, exige-se “criatividade”, “altruísmo”, capacidade de “negociação” e de “elaborar textos com clareza, objetividade e precisão”. Ah, e também “paletó social preto, com ombreiras, forrado internamente, inclusive na manga” e “camisa social de manga longa e gola com entretela”. Das candidatas mulheres, é obrigatório “meia calça fina fio 15”.
A assessoria do Ministério das Comunicações enviou a seguinte nota afirmando que a “contratação foi necessária por causa do encerramento de um contrato já vigente para um serviço corriqueiro dentro deste e demais órgãos do governo. O valor é apenas uma previsão e será reduzido durante o processo licitatório de ampla concorrência, que vai selecionar o menor preço disponível”.
Na nota inclui também o seguinte: “O Ministério das Comunicações se dedicou totalmente nas últimas semanas com ações para combater os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. Foi concedido às operadoras acesso ao Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para a reconstrução emergencial da infraestrutura de telecomunicações do estado, que conta com até R$ 1,7 bilhão em recursos. A pasta e os Correios montaram uma mega operação de doações e arrecadaram mais de 15 mil toneladas de donativos. Foi criada uma força-tarefa com a Anatel e operadoras que conseguiu restabelecer a telefonia móvel em todas as cidades. E, junto com a Telebras, foram enviadas mais de 50 antenas emergenciais para levar conectividade para as equipes de resgate na linha de frente de socorro.”
Da coluna do Lauro Jardim
