O ex-assistente do banco do Brasil, Rinaldo Gonçalves de Carvalho foi condenado pelo crime de corrupção passiva, por não ter informado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), as transações milionárias da doleira Nelma Kodama, que movimentavam até R$ 1 milhão por dia.
Em depoimento à CPI da Petrobras, Rinaldo afirmou que entrevam depósitos na conta de Nelma de 500, 600 mil e às vezes até 1 milhão de reais. E que no final do dia ela pegava um cheque e transferia para a empresa TOV (corretora de câmbio investigada pela Lava Jato). Ele ainda admitiu ter recebido R$ 4 mil de Nelma Kodama, emprestado.
A doleira Nelma Kodama foi condenada a 18 anos de prisão por evasão de divisas, operação de instituição financeira irregular, evasão de divisas tentada, corrupção ativa e pertinência a organização criminosa.
De acordo com Carvalho, a movimentação nas contas de Nelma chamava a atenção e por conta do volume. No entanto, ele alega que não era sua função comunicar às autoridades de controle, como o Coaf, sobre operações suspeitas.
Sobre os depósitos no valor total de R$ 4 mil feitos por Nelma em sua conta, o ex-funcionário do banco alegou que se tratou de um empréstimo. “Fiz algo que não se deve fazer, que é pedir dinheiro emprestado para cliente. E ela me emprestou. Não tive a oportunidade de pagar de volta”.
Diversos deputados questionaram a sua atuação dentro do banco. Celso Pansera (PMDB-RJ) afirmou que considerava difícil de acreditar que “a sua relação fosse tão pura, tão inocente, tão informal” com a doleira.