Líderes dos partidos com representação na Câmara discutiram, em reunião realizada nesta terça-feira (9), alternativas para afastar o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) do comando interino da Casa. As lideranças da oposição estão revoltadas com o parlamentar maranhense por conta do ato que ele editou nesta segunda-feira (9), sem consultar os deputados, tentando anular a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara.
Os líderes do PMDB, do PP e do PPS relataram que uma das possibilidades sob análise é tentar convencer Waldir Maranhão a renunciar ao posto de primeiro vice-presidente em troca de acordo para evitar a cassação de seu mandato pelo Conselho de Ética. Nesta segunda (9), DEM e PSD protocolaram uma representação no colegiado para que seja aberta investigação sobre suspeita de abuso de poder no ato que tentou anular a sessão do impeachment.
Nesta hipótese, o segundo vice-presidente da Casa, deputado Fernando Giacobo (PR-PR), assumiria interinamente a presidência da Câmara.
Outra opção discutida é plenário afastar Maranhão da primeira vice-presidência. Neste caso Giacobo também assumiria o comando da Câmara.
“Na Casa legislativa, o plenário é soberano. Acho que há fundamento para o plenário, se tiver maioria, decidir. Pode decidir afastá-lo da posição de interino. Tirá-lo das funções de vice-presidente”, disse o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ).
Para o peemedebista, Giacobo “goza, nesse momento, de melhor relação com a Casa”. As condições de Maranhão de presidir a Câmara se deterioraram depois que ele tentou anular a decisão da Casa de dar continuidade ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Diante da forte repercussão negativa da medida, Maranhão revogou a própria decisão, na madrugada desta terça. Antes de participar da reunião de líderes, o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro, disse que o partido poderá negociar com Maranhão para que ele renuncie. Segundo ele, a bancada da legenda decidiu pedir à Executiva do partido que instaure processo de exclusão do deputado da legenda. Se Maranhão aceitar renunciar, a penalidade aplicada pelo PP pode ser mais branda.
G1, Brasília