Mais uma vez o nome do ex-ministro de Minas e Energia, Edson Lobão (PMDB), é citado nas investigações de esquema de corrupção por um delator.
Desta vez, por empregar em seu gabinete a irmã de Ricardo Pessoa, dono da UTC-Constran, que pagou 1 milhão de reais ao senador, apenas para que ele não criasse problemas na obra de Angra 3.
Adriane Serwy é assessora parlamentar do gabinete pessoal de Lobão e recebe exatos R$ 7,4 mil de reais, segundo o portal da Transparência do Senado. Adriane aparece nos registros do senado como lotada no gabinete desde novembro de 2014, quando o mandato era exercido pelo filho e suplente, Lobão Filho (PMDB-MA).
Segundo o delator, André se referia ao senador como “tio” durante os encontros, o que demonstraria sua proximidade com Lobão. Pessoa afirmou ter repassado a quantia de R$ 1 milhão “em duas ou três parcelas” para Lobão.
O advogado de Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro, confirmou que Adriane trabalha em cargos ligados ao senador desde 1997. E disse que Lobão é amigo da família, principalmente de Aloysio Serwy, pai de André a Adriane.
André e o pai foram investigados por uma CPI, a da grilagem de terras. Eles conseguiram em 2001 habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que lhes garantiu o direito de ficar em silêncio no depoimento. No relatório final, a CPI indiciou os dois por “estelionato qualificado”, tipificação penal usada para apontar grileiros.