Do jornal O Globo
Dos 44 senadores que votaram a favor do retorno de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado nesta terça-feira, 28 (63%) são alvos de inquérito ou ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) e 19 são investigados na Operação Lava-jato. No total, são pelo menos 48 os senadores com casos abertos no STF e 34 envolvidos com a Operação. Nenhuma outra legislatura teve um número tão alto de senadores formalmente colocados sob suspeita de crimes.
Aécio é acusado de receber propina no valor de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, delator da JBS. O Partido de Michel Temer, PMDB, foi crucial para a retomada do cargo pelo senador: dos 19 parlamentares do partido que compareceram à sessão, 17 deram votos favoráveis a Aécio. Também denunciado ao STF, o presidente da república empenhou-se pessoalmente na obtenção de apoio ao senador tucano. De acordo com levantamento do GLOBO, dos parlamentares que votaram a favor de Aécio, 65% se posicionaram contra Delcídio em 2015
Dos que votaram contra a restituição do cargo do senador, oito respondem a processos no STF. São eles: Acir Gurgacz (PDT-RO), Humberto Costa (PT-PE), José Pimentel (PT-CE), Kátia Abreu (PMDB-TO), Lasier Martins (PSD-RS), Lídice da Mata (PSB-BA), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Romário (Pode-RJ). Ronaldo Caiado (DEM-GO) já chegou a responder por um inquérito de crime por lesão corporal, no entanto o STF determinou o arquivamento dos autos.
LAVA-JATO
Dos 28 senadores alvos de inquéritos ou ações penais no Supremo, 19 são investigados na Operação Lava-jato. Eles são: Antonio Anastasia (PSDB-MG), Benedito de Lira (PP-AL), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), Dalírio Beber (PSDB-SC), Edison Lobão (PMDB-MA), Eduardo Amorim (PSDB-SE), Eduardo Braga (PMDB-AM), Fernando Coelho (PMDB-PE), Fernando Collor (PTC-AL), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Jader Barbalho (PMDB-PA), José Agripino Maia (DEM-RN), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), José Serra (PSDB-SP), Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).