Para não atrair o desgaste para o colo do governo federal, o Palácio do Planalto adotou a estratégia de se manter distante do caso envolvendo a manifestação violenta ocorrida em São Paulo no sábado.
Nos bastidores, porém, interlocutores da presidente Dilma Rousseff afirmaram que o Executivo passou a utilizar uma outra tática para inibir vandalismos: a policial.
Segundo a Folha apurou, há ações preventivas e repressivas. No primeiro caso, a Secretaria de Grandes Eventos dará, possivelmente a partir de março, cursos presenciais a comandantes da Polícia Militar que atuarão no “front” nas 12 cidades-sede da Copa.
Na ação repressiva, a polícia já ampliou investigações contra líderes de ações violentas e aumentou buscas e apreensões, seguidas de indiciamentos. Nos cálculos internos, é preciso haver ações pontuais, até isoladas, para desmobilizar esses grupos.
Ontem, auxiliares presidenciais ouvidos pela Folha evitaram questionar a repressão policial em São Paulo.
NOVO PERFIL
O protesto contra a Copa terminou em depredação e tumulto pelas ruas do centro, reeditando as cenas de violência dos atos de junho.
Para o governo, mudou a forma de responder aos protestos porque mudou o próprio perfil das manifestações.
Aos olhos do Planalto, os atos de rua são menores, e as ações de violência ficam restritas a um pequeno grupo.
Apesar de os atos terem ocorrido em 13 capitais no fim de semana, assessores do Executivo ainda não veem sinais de massificação.
Em junho, Dilma precisou tomar a dianteira da crise e reagir politicamente prometendo cinco pactos para, entre outros objetivos, melhorar áreas do serviço público.
Agora, entretanto, a ordem é não puxar o desgaste com menores (embora desgastantes) protestos para o colo federal enquanto não houver indícios de massificação.
Embora não tenha convocado reunião extraordinária para tratar de São Paulo, é possível que Dilma reúna a equipe para receber atualizações sobre os protestos.