Do G1,MA
O Corpo de Bombeiros realizou uma nova vistoria na manhã desta terça-feira (27), no Condomínio Jardim da Toscana, em São Luís e decidiu interditar o conjunto residencial, dando um prazo de cinco dias úteis para que os prédios sejam desocupados.
A decisão ocorreu por conta do não cumprimento dos laudos determinados pelos bombeiros, que solicitavam a instalação correta do sistema de gás da unidade. A corporação fez uma notificação e uma multa foi aplicada.
O Ministério Público do Maranhão havia feito vistoria no condomínio ainda na manhã desta terça-feira (27), um dia depois de ter pedido a interdição do residencial localizado no bairro Cohafuma, em São Luís.
“Os prazos não foram cumpridos pela construtora e agora há um risco e os moradores relatam que há um cheiro de gás muito forte. Então há um risco de explosão, isso é obvio! Então no caso a gente vai aguardar os bombeiros e os bombeiros vão dizer o que vão fazer. Interditar e se necessário evacuar a área”, afirmou a promotora Lítia Cavalcanti.
Em uma das torres, o acesso a uma das áreas comuns foi interditado porque pastilhas começaram a se soltar do revestimento na fachada, o que proporciona risco de acidente. A piscina está interditada há um ano.
Lâmpadas de iluminação subterrânea encharcadas, algumas já estouradas. Além disso, a tubulação da rede elétrica, que, pelas normas técnicas, deveria a passar a uma profundidade de 60 centímetros, parece brotar no gramado.
Segundo Jonas Lima, síndico do condomínio, quase 10 mil litros de água que vazavam da piscina e iam para o subsolo estava preocupando os moradores. “A interdição se deu devido a um vazamento no qual nós tínhamos uma perda de quase 10 mil litros de água por semana, além do prejuízo da água em si, a grande preocupação nossa era em relação aos danos que essa água estava causando ao subsolo e as consequências na estrutura das torres”, disse.
O condomínio tem seis torres, com 288 apartamentos, onde moram mais de mil pessoas. Cada unidade custou, em média, R$ 420 mil.
Em três anos, o Corpo de Bombeiros realizou oito vistorias, a última feita em abril deste ano. Todas as irregularidades estão reunidas em um relatório extenso, assim como o parecer técnico para cada setor do empreendimento, como problemas elétricos e hidráulicos.
O MP-MA pediu a interdição ao Corpo de Bombeiros do condomínio, após uma denúncia dos próprios moradores do Conjunto Habitacional, que temiam o risco de explosão e colapso da estrutura dos prédios. Na denúncia, o Ministério Público alega que o condomínio foi construído em cima de lençóis freáticos, o que estaria ocasionando problemas, além de haver possibilidade de crime ambiental.
A construtora Cyrela, responsável pelo empreendimento, encaminhou nota no início da tarde desta segunda-feira (26) e disse que não foi informada ainda oficialmente sobre o assunto e que nunca se recusou a seguir as orientações das autoridades para que a construção chegasse ao resultado esperado.
Nota na íntegra da Cyrela
“A Cyrela não foi intimada de nenhum requerimento judicial formulado pelo Ministério Público para a interdição do Jardim de Toscana. A Empresa nunca se recusou a efetuar as melhorias indicadas pelas Autoridades competentes. Estamos atendendo todas as exigências que foram sendo formuladas ao longo do tempo pelo Corpo de Bombeiros do Estado.”
É triste! Muito triste, uma ocorrência dessa natureza, quando sabemos que rios de dinheiro foram gastos. Imóvéis caríssimos! É brincadeira! Uma empresa se instala numa capital, como São Luís, passa cinco (05) anos vendo vantagens e, só agora o judiciário se manifesta. Causa até desconfiança, diante da realidade do país.