O Ministério Público Eleitoral no Maranhão vai reanalisar a prestação de contas da campanha do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A decisão dos procuradores de fazer um pente-fino nas despesas do então candidato a deputado pelo União Brasil ocorre após o Estadão revelar que ele prestou informações falsas à Justiça para justificar despesas com voos de helicóptero.
A reportagem mostrou que a lista de passageiros apresentada pelo ministro incluía um casal e a filha de dez anos, de São Paulo. A família disse que não conhece Juscelino nem trabalhou para ele. Os três aparecem em 23 supostos deslocamentos de helicóptero, de um total de 77, pagos com dinheiro público do fundo eleitoral. “Não tenho nenhuma ligação com campanha no Maranhão. Nunca fiz nada ligado ao Maranhão, nem tenho ligação com nenhum político”, afirmou à reportagem o empresário Daniel Pinheiro de Andrade. O ministro disse ter gasto R$ 385 mil com uma empresa de táxi aéreo. O então candidato a deputado gastou, ao todo, R$ 2,8 milhões na sua campanha à reeleição.
De forma reservada, integrantes do MP maranhense disseram que a revelação traz elementos novos ao caso que exigem uma reanálise dos documentos da campanha de Juscelino. Os procuradores entendem que ele não demonstrou vínculo “formal” ou “informal” com os passageiros.
Do Estadão de São Paulo