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Na “lava jato”, quem enxerga excessos é tratado como exceção

Por Marcos Vasconcelos/ Conjur

Primeiro, grampearam mais de 16 mil telefones, sem auxílio da polícia, sem regras. Mas não foram repreendidos: “Quem não deve não teme”.

Depois, infiltraram em manifestações populares o “não” à PEC 37, que regrava a investigação. Mas ninguém reclamou: quanto mais gente investigar, melhor.

Então, grampearam e divulgaram ilegalmente a presidente da República conversando ao telefone. Mas continuaram com apoio popular: estava mesmo na hora de o governo cair.

Depois, interceptaram ilegalmente o telefone central do escritório de advocacia que defende um ex-presidente. Mas o apoio continuou firme: quem defende também deve ser culpado.

Logo, “sequestraram” um jornalista para descobrir suas fontes de informação. Mas blogueiro que apoia um partido não deveria ter a mesma segurança constitucional dada a jornalistas, justificaram.

Agora, divulgaram ilegalmente a conversa grampeada entre um jornalista famoso e sua fonte, na qual falavam mal de Deus e o mundo — e nada tinha com as investigações. Mas ele merecia, dizem. Andou atacando os mocinhos da história.

Já que vale tudo no “combate à corrupção”, quem enxerga excessos é tratado como exceção.

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