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O Governo Gil Cutrim e as antigas práticas de alienação eleitoral

Fernando Atallaia Da Agência Baluarte
 
O Governo Municipal lança mão de antigas práticas de alienação eleitoral e abusa do espetáculo em inaugurações de obras solicitadas pela população há anos; a onda agora é soltar foguetes em meio a gritante indignação das comunidades do município
Prefeito Gil Cutrim
Prefeito Gil Cutrim

A inauguração no último sábado (11), da escola Acto Juvêncio no bairro Tijupá Queimado em São José de Ribamar mostrou, mais uma vez, o interesse da prefeitura do município em fortalecer a imagem do Governo Municipal e, para este trabalhar em prol da reeleição do prefeito Cutrim em outubro próximo. E desta feita (pasmem!) com direito a fogos de artifício.

A escola que estava operando de forma clandestina, sem as mínimas condições de funcionamento, vinha sendo alvo de denúncias dos moradores locais e reportagens da imprensa desde 2005. Só agora foi reinaugurada. Ou seja: no ano em que as eleições para prefeito da cidade e para vereador irão acontecer. Pelo visto, o Governo ainda não se esforçou para afastar de si a tão conhecida politicalha que o acompanha quando o assunto é a promoção do titular da prefeitura visando vitória no próximo pleito.

Ocorreu o inverso. Os foguetes alardeados pelos funcionários da prefeitura e os carros de som propagandeiros das ‘inaugurações’ de Cutrim, em vez de propiciarem o que a prefeitura objetivava (adestrar o povo daquela comunidade) causaram ainda mais revolta e ojeriza às ações do Executivo. A comunidade do Tijupá Queimado (uma das mais antigas da cidade balneária) e várias outras de Ribamar sabem, que tanto a construção de escolas quanto a implantação de projetos e programas sociais, é uma obrigação da prefeitura e não um brinde (presente, benesse, dádiva) aos ribamarenses.

Mas o Governo Cutrim tenta negar essa verdade. E vai de encontro à legitimidade da aplicação dos recursos. Constrói o cordão do espetáculo. Solta foguetes. Faz a festa e a fanfarra, crendo que os ribamarenses são desavisados e, imaginando que não perceberão que o dinheiro posto ali nas obras inauguradas sai do bolso do contribuinte do município. Enfim, o dinheiro é do povo. Quais seriam, portanto os motivos da ‘alegria’ nos eventos promocionais das inaugurações? Para uma moradora antiga do Tijupá, ‘’eles da prefeitura acham que enganam a gente soltando foguete, eu ouvi dizer que o dinheiro da escola já tinha vindo faz tempo e eles desviaram por isso que demorou’’. Fato ou não, a moradora citada já vem lutando pela construção da escola há mais de sete anos.

Contraditoriamente ridículo, é que os moradores daquela comunidade não soltaram foguetes demonstrando estarem satisfeitos com a administração de Cutrim ou mesmo sinalizando agradecimento. A parafernália comemorativa partiu da prefeitura e não dos supostos beneficiados (leia-se moradores do Tijupá Queimado), que numa coerência primal de seu posicionamento no decorrer dessa gestão, continuam buscando cotidianamente por melhorias e cumprimento da promessa feita pelo antigo prefeito Luís Fernando Silva, que afirmou que o bairro seria calçado em três fases, o que contemplaria as ruas do povoado com pavimentação asfáltica e drenagem. Balela: as ruas Nova II, Rua Principal, Nossa Senhora das Graças e mais outras seis ruas emblemáticas do Tijupá Queimado estão sendo literalmente destroçadas por buracos, lixo, água de esgotos e crateras. Este um dos porquês (dentre tantos) dos moradores do bairro não terem ao que brindar. E nem deveriam. Como se disse aqui (só para ratificar) o dinheiro é do povo e a obrigação é do Governo Municipal. Portanto, o que a gestão Cutrim e a prefeitura de Ribamar comemoram nas tais inaugurações o povo desconhece e, revoltado ignora.

Passando ao largo da postura do espetáculo praticada atualmente pela prefeitura, as inúmeras e diversificadas reclamações da população ribamarense não querem calar e se erigem frente ao engodo administrativo da atual gestão, numa demonstração cabal de que o prefeito e seu secretariado cogitam de fato é a permanência de seu grupo político na esfera do Executivo da cidade e não as tão sonhadas melhorias sociais. Para o povo de Ribamar, como se sabe, esta realidade estar mais que evidente. Soltar foguetes, patrocinar faniquitos, ovacionar Cutrim e fazer da coisa pública um grande carnaval só irá aumentar a revolta de toda uma população que espera mais de um governo que estar sendo menos e não consegue esconder sua real intencionalidade: a vitória na reeleição. E as ‘inaugurações’? Sim, elas devem continuar. Com altos investimentos em grandes quantidades de foguetes e com os aplausos dos cerimoniais da prefeitura. Menos da população ribamarense, é claro.

3 thoughts on “O Governo Gil Cutrim e as antigas práticas de alienação eleitoral

  1. O povo conhece o político pelo falar. E o nosso prefeito nem isso sabe, não voto em quem não tem opinião própria e vive a sombra do sr Luís Fernando. Não da, acho bom ele começar a pensar em uma campanha com propostas, pois se ficar nessa de "já ganhou" perdi pro colado.

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