Por Abdon Marinho
Um clássico do cinema no gênero comédia romântica de todos o tempos, o filme “Uma linda mulher”, nos emocionou naquele ano de 1990. Numa da cenas que mais me chamaram a atenção a prostituta Vívian Ward, interpretação impecável de Júlia Roberts diz ao magnata que a contratou, Edward Lewis, interpretado pó Richard Gere, que faz tudo, exceto beijar na boca.
Não pude deixar de lembrar deste clássico ao ver que o Partido dos Trabalhadores -PT, em documento de sua direção nacional, repete, praticamente a mesma coisa: Apóia o candidato Lobão Filho do PMDB, indica a primeira suplência de senador na chapa de pemedebista, mas proíbe, terminantemente, que indique o candidato a vice-governador. Essa indicação seria o “beijo na boca”, da prostituta interpretada por Júlia Roberts.
Os dirigentes petistas locais, defensores de uma relação completa, com cama, mesa, banho, roupa lavada e beijo na boca, não gostou muito deste complexo de Viviam Ward que baixou na direção nacional do partido. Menos ainda o candidato a governador, que lá com seus botões deve pensar: “Topam tudo e não querem beijo na boca, assim não tem jogo”. Educado, diz que esperou até o último momento e registrará o nome do vice no prazo facultado pela legislação eleitoral para as chapas incompletas.
Embora não seja muito usual, o candidato a governador tem razão. Trata-se de uma clara discriminação a ele. Poder-se-ia dizer que uma discriminação de caráter pessoal, afinal, seu pai é ministro de Estado do governo petista, ele próprio, como senador, aliado de primeira hora, mais governistas que muitos petistas, seu grupo político já nasceu e trás o governismo gravado no DNA. A recusa no beijo na boca, digo em indicar o vice é quase uma afronta. Se é que não é.
Cabe questionar as razões do PT nesta recusa. Purismo? Não é possível. O partido dos trabalhadores, apóia e é apoiado pelo que há de mais retrógrado na política nacional. Basta citar, Sarney (e aqui cabe um parêntesis, para dizer que quando da candidatura de Roseana Sarney não colocaram qualquer obstáculo na indicação, se não me falha a memória, fizeram foi exigir a vaga), o Renan, o Collor, o Jucá, o Barbalho. O partido que está com sua cúpula cumprindo pena por corrupção? Com que moral?
E ainda há piores situações, capazes de fazer o candidato maranhense pensar em discriminação, como por exemplo o apoio que recebe de Maluf em São Paulo, o mesmo cidadão que não pode colocar os pés fora do país senão a INTERPOL o coloca para ver o Sol nascer quadrado, e que foi recebido num evento partidário com júbilo, sendo chamado pelas mais altas lideranças partidárias como o Dr. Paulo e dizendo da alegria de tê-lo como aluado. Pois é, logo o velho Maluf, que em tempos pretéritos virara, nas palavras destas mesmas lideranças, o verbo malufar, significando corrupção e todas as suas variantes.
Se acham pouco, ainda tem mais. O mesmo partido que recusa a indicar um vice ao senador Lobão Filho, aliado de primeira hora, é o mesmo que, não faz muitos dias recebeu ordens de um dos hóspedes da penitenciária da Papuda que nem do partido era, para trocar um ministro de Estado de uma pasta importante. O preso ordenou e foi atendido pelo partido. Ordenou e a presidente da República acatou, sem pestanejar, diga-se de passagem.
O que será que o partido sabe do senador/candidato que possa ser pior que as situações narradas acima? Qual a razão de não compartilhar com o povo maranhense? Há algo que devamos saber ou se trata, apenas do complexo de Vívian Ward? Seria bom se nos esclarecesse.
Abdon Marinho é advogado eleitoral.
Esse pessoal quer destruir a candidatura de Edinho,mas não vão conseguir.Edinho para governar o MARANHÃO.